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Seminário Estadual da Guavira chega à oitava edição com programação sobre uso sustentável em Campo Grande

A oitava edição do Seminário Estadual da Guavira ocorre nesta quinta-feira, 13, e sexta-feira, 14, em Campo Grande, reunindo pesquisadores, produtores, estudantes e representantes de órgãos públicos para debater formas de aproveitar de maneira sustentável o fruto que se tornou símbolo oficial de Mato Grosso do Sul pela Lei Estadual nº 5.082, de 7 de novembro de 2017.

Promovido pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) em parceria com a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Uniderp e Assembleia Legislativa, o encontro tem como objetivo ampliar a divulgação da legislação que reconhece a guavira, fortalecer ações de conservação e fomentar iniciativas que garantam renda às comunidades extrativistas e produtoras.

A programação foi estruturada para contemplar diversas áreas relacionadas à cadeia socioeconômica da fruta. Temas como gastronomia, turismo, cultura, pesquisa, inovação, produção artesanal, geração de renda comunitária, cooperativismo e extrativismo sustentável permeiam as atividades, distribuídas entre painéis, oficinas, concursos culturais e dia de campo.

Primeiro dia reúne painéis sobre clima, biodiversidade e bioeconomia

Os trabalhos têm início na manhã de quinta-feira com a mesa oficial de abertura, seguida pela apresentação de estudos técnico-científicos. Na sequência, dois painéis centrais orientam os debates do dia: “Mudanças Climáticas e impacto na Biodiversidade” e “Bioeconomia, um agente da inovação e conservação da biodiversidade”. Ambos reúnem especialistas para discutir a influência do clima sobre os ecossistemas que abrigam a guavira e o potencial econômico de produtos derivados sem comprometer a vegetação nativa.

Oficinas práticas marcam o segundo dia

A sexta-feira é dedicada a atividades de caráter formativo. Pela manhã, serão realizadas quatro oficinas: industrialização e processamento da guavira; preparo culinário; produção de extratos; e desenvolvimento de cosméticos. Durante as capacitações, os participantes acompanham demonstrações de técnicas para agregar valor ao fruto, compreender exigências sanitárias e identificar possibilidades de mercado.

No período da tarde, ocorre o dia de campo voltado à transferência de tecnologia sobre cultivo e manejo. Técnicos apresentam informações sobre produção em sistemas agroflorestais, aspectos silviculturais e práticas de colheita que preservam a regeneração natural. A etapa inclui visita a áreas experimentais e diálogo entre pesquisadores e agricultores familiares.

Concurso cultural e sessão científica completam agenda

Também na sexta-feira será entregue o prêmio do concurso “Guavira Sou Fã”, que reconhece fotografias e poesias inspiradas no fruto. Além de valorizar a expressão artística, a iniciativa busca ampliar a percepção da sociedade sobre a importância cultural da espécie no estado. Paralelamente, a sessão “Brota Guavira” recebe a apresentação de trabalhos técnico-científicos submetidos por estudantes e profissionais, criando espaço para troca de experiências e divulgação de resultados de pesquisa.

Histórico do evento e perspectivas futuras

Organizado anualmente desde 2018 em formatos presenciais, virtuais ou híbridos, o Seminário Estadual da Guavira combina atividades culturais, palestras, grupos de discussão, exposições fotográficas, feiras de produtos da sociobiodiversidade e experiências gastronômicas. Ao longo das edições, consolidou-se como principal foro de articulação entre governo, academia, setor produtivo e comunidades tradicionais em torno da conservação do Cerrado sul-mato-grossense, onde a espécie ocorre de forma abundante.

Conforme a comissão organizadora, a edição prevista para 2025 terá como tema “Bioeconomia e Mudanças Climáticas: Cultivando biodiversidade e fortalecendo comunidades”. A proposta é aprofundar discussões iniciadas este ano, com ênfase na inserção da guavira em modelos de negócio que conciliem geração de renda e manutenção dos serviços ecossistêmicos.

Inscrições gratuitas

As inscrições para o seminário são gratuitas e podem ser feitas no site oficial do evento. A participação é aberta a qualquer interessado, desde estudantes e pesquisadores até extrativistas, empreendedores e consumidores. Com atuação articulada entre diferentes instituições de ensino, extensão e pesquisa, a organização espera ampliar o alcance das discussões e estimular novas parcerias para o desenvolvimento de produtos, processos e políticas públicas que garantam o uso sustentável da guavira em Mato Grosso do Sul.