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Deputado Pedrossian Neto cobra reabertura parcial do Morenão e aponta falhas na gestão de Campo Grande

Campo Grande (MS) – Em entrevista à Rádio Massa FM, o deputado estadual Pedrossian Neto (PSD) reiterou a defesa pela reabertura do Estádio Universitário Pedro Pedrossian, o Morenão, e direcionou críticas à administração municipal da Capital sul-mato-grossense. O parlamentar sustenta que a volta do público ao estádio pode fortalecer o futebol local, ao mesmo tempo em que cobra maior atenção do poder público à conectividade digital e a políticas de desenvolvimento regional.

Inaugurado em 1971, o Morenão está fechado há anos por questões estruturais e de segurança. De acordo com Pedrossian Neto, a proposta em discussão não contempla uma reforma completa, mas sim uma desinterdição parcial. O plano concentra-se na adequação da arquibancada coberta, na modernização do sistema de iluminação e na instalação de dispositivos de proteção contra descargas elétricas. “A prioridade é garantir condições mínimas de segurança para o torcedor e permitir que os clubes gerem receita”, afirmou o deputado durante a participação no programa Microfone Aberto.

Para viabilizar as intervenções, o projeto conta com a parceria da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, que deve receber cerca de R$ 2 milhões da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Além do aporte federal, estão previstas colaborações da iniciativa privada. Segundo o parlamentar, o modelo de financiamento foi estruturado para agilizar o cronograma de obras e evitar impacto significativo nos cofres públicos. “O objetivo é entregar rapidamente um equipamento esportivo funcional, devolvendo à população parte da história e fomentando o calendário local de competições”, explicou.

Na avaliação de Pedrossian Neto, a reabertura do Morenão tem potencial para impulsionar a economia relacionada ao esporte. Ele citou a geração de empregos temporários durante as obras, o aumento de renda para clubes e a possibilidade de atrair eventos de maior porte. O deputado argumenta que a retomada das atividades no estádio pode contribuir para a formação de atletas e para o fortalecimento das categorias de base. “Quando o futebol cresce, toda a cadeia se beneficia – de comerciantes a prestadores de serviços”, declarou.

Apagão digital preocupa interior do Estado

Durante a entrevista, o parlamentar também destacou um levantamento apresentado na Assembleia Legislativa sobre a oferta de internet móvel em Mato Grosso do Sul. De acordo com os dados compilados, mais de 263 mil moradores ainda não possuem acesso à conectividade, cenário que se agrava nas regiões rurais e em distritos industriais. O estudo indica que 75 % das áreas rurais permanecem sem cobertura adequada.

Para o deputado, a ausência de sinal compromete políticas públicas essenciais. “É inviável discutir educação a distância, telemedicina ou monitoramento de segurança sem acesso à rede”, pontuou. Ele defendeu a ampliação de investimentos em infraestrutura de telecomunicações, inclusive por meio de parcerias entre governo, operadoras e cooperativas locais. Entre as sugestões, citou a instalação de torres de transmissão em pontos estratégicos e a utilização de recursos de fundos setoriais voltados ao setor.

Críticas à gestão municipal

Pedrossian Neto, que ocupou a Secretaria Municipal de Planejamento e Finanças até 2022, direcionou críticas à prefeita Adriane Lopes (PP). Segundo o deputado, as dificuldades enfrentadas atualmente por Campo Grande decorrem de “falta de gestão qualificada” e de indicações sem perfil técnico para cargos estratégicos. Ele declarou ter deixado R$ 892 milhões em caixa ao sair da administração, mas afirma que os problemas se agravaram nas áreas de saúde, transporte coletivo e infraestrutura urbana.

O parlamentar argumentou que a deterioração dos serviços não decorre de escassez de recursos, mas de má condução administrativa. “Quando setores-chave são ocupados por pessoas sem experiência, a cidade paga a conta em forma de buracos nas ruas, atrasos no atendimento médico e precariedade no transporte”, afirmou. Ele apontou ainda dificuldades na execução de obras e na gestão de contratos públicos.

Questionado sobre possíveis soluções, Pedrossian Neto defendeu a adoção de critérios técnicos para nomeações, a revisão de contratos considerados ineficientes e a priorização de projetos estruturantes. O deputado ressaltou que o Legislativo estadual permanece aberto a dialogar com o Executivo municipal, desde que haja compromisso com metas claras e transparência na aplicação de recursos.

Ao final da entrevista, o parlamentar reiterou a importância de alinhar investimentos em esporte, conectividade e gestão eficiente. Para ele, a combinação desses fatores pode contribuir para o crescimento sustentável de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul. “Precisamos de políticas públicas que gerem resultados concretos, respeitando a história da cidade e garantindo qualidade de vida à população”, concluiu.