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Modelo de geração solar compartilhada permite economia sem instalação de painéis

A possibilidade de reduzir a conta de energia elétrica sem a necessidade de instalar painéis fotovoltaicos em residências ou empresas vem ganhando adesão de consumidores em todo o país. A alternativa, conhecida como geração solar compartilhada, permite que o usuário se torne assinante de uma usina já em operação e receba créditos equivalentes à energia produzida, sem arcar com custos de obras ou equipamentos.

De acordo com a Órigo Energia, companhia que atua nesse segmento desde 2010, o modelo garante economia inicial de 18% para clientes residenciais, percentual que pode chegar a 30% para unidades comerciais de maior consumo. A diferença ocorre porque, quanto mais elevada a demanda de eletricidade, maior é o volume de créditos compensado na fatura mensal.

Funcionamento do serviço

No sistema de geração compartilhada, a empresa agrega diversos consumidores a uma única usina fotovoltaica. A produção é injetada na rede de distribuição local e convertida em créditos registrados na conta de luz do assinante. Dessa forma, não há necessidade de instalar painéis no telhado, adequar a parte elétrica do imóvel nem lidar com licenciamento. Todo o investimento em infraestrutura fica sob responsabilidade da operadora da fazenda solar.

Para aderir, o interessado realiza um cadastro on-line ou por telefone, informa dados de consumo e escolhe o plano disponível. A concessionária de energia local credita mensalmente a quantidade correspondente de quilowatts-hora, enquanto a Órigo emite cobrança pelo serviço, já aplicando o desconto sobre o valor homologado.

Presença no Centro-Oeste

A empresa possui usinas próprias em 17 estados brasileiros. Na região Centro-Oeste, são mais de 25 fazendas solares em operação no Mato Grosso, 18 em Goiás e mais de 20 no Mato Grosso do Sul. Segundo a companhia, a expansão acompanha o aumento da demanda por fontes renováveis, impulsionada pelo maior conhecimento da população sobre sustentabilidade e pelos altos custos da energia convencional.

No Mato Grosso do Sul, onde a tarifa residencial figura entre as mais caras do país, a procura pelo serviço tem registrado avanços. Pequenos comércios e moradores de apartamentos, que costumam enfrentar limitações de espaço ou condições estruturais para instalar módulos fotovoltaicos, concentram boa parte dos novos contratos.

Sem investimento inicial

O grande atrativo do modelo é a ausência de desembolso. O cliente não adquire equipamentos, não arca com manutenção e tampouco participa de obras civis. A responsabilidade por operação, monitoramento e eventuais atualizações tecnológicas permanece com a gestora da usina. Para o consumidor, a experiência se resume a receber a conta de energia com percentual reduzido.

Além da economia direta, a geração distribuída contribui para mitigar emissões de gases de efeito estufa. A eletricidade proveniente de fonte solar substitui parte da produção de termelétricas a combustíveis fósseis, acionadas quando o sistema interligado nacional enfrenta escassez hídrica ou picos de demanda.

Adesão digital e atendimento

O cadastro pode ser feito pelo site da Órigo Energia, onde o usuário informa dados de consumo e localização para verificar a disponibilidade de usinas na região. A empresa também oferece suporte por telefone, com consultores responsáveis por esclarecer dúvidas sobre documentação, prazo de ativação e simulação de economia.

Após a confirmação do contrato, o consumidor passa a receber duas faturas: uma da concessionária local, já com o abatimento dos créditos, e outra da geradora, referente ao serviço de locação de parte da usina. Somados, os valores resultam no desconto prometido. Caso o cliente decida cancelar, basta solicitar a desativação, sem multa em casos previstos em contrato.

Mercado em crescimento

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica indicam que a geração distribuída fotovoltaica ultrapassou 24 gigawatts de potência instalada em 2023, crescimento impulsionado por políticas de incentivo e pela alta de tarifas. Dentro desse panorama, o segmento de assinaturas de fazendas solares representa fatia crescente, sobretudo em áreas urbanas com grande densidade populacional.

Empresas de médio porte também passaram a migrar para o modelo como estratégia de redução de despesas operacionais. Supermercados, padarias, pequenos frigoríficos e escritórios compartilham a mesma usina, aproveitando a escala para obter tarifas mais competitivas sem mobilizar capital próprio.

Perspectivas

A expectativa do setor é que a adesão a serviços de geração compartilhada permaneça em ascensão. Para a Órigo, ainda há espaço para ampliar a base de consumidores nas capitais do Centro-Oeste e em cidades do interior com bom índice de radiação solar. A empresa avalia a implantação de novas usinas e a expansão do portfólio de planos a fim de atender perfis de consumo variados.

Com a combinação de redução imediata de custos, ausência de investimento inicial e contribuição ambiental, o modelo de fazenda solar mantida por assinaturas se consolida como alternativa prática para quem busca mitigar gastos com energia elétrica e, ao mesmo tempo, apoiar a transição para uma matriz energética mais limpa.

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