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Com maior crise hídrica em 91 anos, termelétrica de Campo Grande será reativada em julho

Para suprir a demanda de energia elétrica em face da crise hídrica que o Brasil passa, a UTE (Usina Termelétrica) William Arjona, em Campo Grande, será reativada nos próximos dias.

Adquirida pelo Grupo Delta Energia em 2019, a William Arjona se prepara para entrar em funcionamento em julho de 2021, com uma produção de energia que pode suprir parte da queda na geração das hidrelétricas, que sofrem com nível baixo dos reservatórios em virtude do período de estiagem que atinge boa parte do país.

“Estamos trabalhando para atuar com o menor impacto possível ao meio ambiente. O mercado aguardava por mais incentivos e, se queremos ver os setores produtivos novamente ativos, de forma duradoura, teremos de avançar em diversas frentes de geração de energia. Com a UTE William Arjona, o Grupo Delta inicia a entrada no mercado da geração. Esse é um processo que não deve parar. E, como já citado, novos projetos de geração estão nos nossos planos”, afirma Luiz Fernando Leone Vianna, presidente da Delta Geração.

Com a mais grave crise hídrica dos últimos 91 anos, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), causada pela escassez de chuvas no Brasil, a utilização de outras fontes de energia se tornam imprescindíveis para manutenção do desenvolvimento e de luz elétrica em todo território nacional. Neste cenário, a reativação da UTE (Usina Termelétrica) William Arjona, em Campo Grande, movida a Gás Natural distribuído pela MSGÁS (Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul), é importantíssimo para o país.

“A MSGÁS é uma Companhia que presta serviços públicos de distribuição de gás natural. Atender à UTE-WA em um momento de necessidade nacional de disponibilidade de energia, em face da crise hídrica instalada e da iminente retomada econômica, reforça ainda mais nosso papel e responsabilidade perante a Sociedade”, destacou o diretor técnico e comercial da Companhia, Bernardo Celestino Prates.

A usina irá operar na categoria de ‘Merchant’, ou seja, sem contrato firme de venda de energia, portanto a previsão de consumo dela é muito incerta ainda. A expectativa é de que funcione pelos próximos 3 meses.

Reajuste da tarifa

Na semana passada, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) reajustou em 52% os custos do patamar 2 da bandeira vermelha, passando a taxa adicional de R$ 6,24 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) para R$ 9,49 a partir de julho. A proposta contrariou os cálculos da área técnica da agência. Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, os técnicos calcularam que a bandeira vermelha nível 2 deveria subir para algo entre R$ 11,50 e R$ 12,00 a cada 100 kWh para cobrir os custos do acionamento de térmicas para garantir o abastecimento.

O entendimento na agência reguladora é que o cenário crítico exigia um reajuste imediato que comportasse todos os custos das térmicas, que deve somar R$ 9 bilhões em 2021, e desse um sinal claro aos consumidores da situação já a partir de julho. Também seria importante para evitar um buraco maior na Conta Bandeiras, já que isso refletiria em pressão nas tarifas em 2021. O déficit é repassado aos consumidores por meio dos reajustes anuais de cada distribuidora.