A concessionária Energisa mobilizou nesta quarta-feira (5) uma força-tarefa de 700 equipes em Campo Grande para normalizar o fornecimento de energia interrompido depois do temporal que atingiu a cidade com rajadas superiores a 100 km/h. O trabalho emergencial foi iniciado por volta das 11h, quando a chuva intensa provocou a queda de árvores, postes e objetos que atingiram a rede elétrica.
De acordo com a empresa, um plano de contingência já estava ativado desde o fim de semana em razão dos avisos de instabilidade climática. Com a medida, o número de profissionais em campo foi quadruplicado, permitindo atendimento a mais de 3 000 chamados de emergência nas primeiras horas da ocorrência. A companhia informa que cerca de 10% da área de concessão em Mato Grosso do Sul sofreu algum tipo de impacto.
O coordenador de Construção e Manutenção, João Ricardo Costa Nascimento, afirma que a maior parte dos danos foi provocada por galhos, árvores inteiras e diversos materiais arremessados pelos ventos contra a rede. Segundo ele, a tempestade registrou mais de um milhão de descargas atmosféricas, entre relâmpagos nuvem-solo e intranuvem, em todo o Estado.
Na sala de contingência da concessionária, técnicos acompanham em tempo real dados de satélite, imagens de câmeras e informações meteorológicas para orientar as intervenções. O sistema automatizado possibilita manobras à distância que restabelecem parcialmente o fornecimento antes mesmo da chegada das equipes ao local afetado.
A estrutura de emergência reúne profissionais de engenharia, áreas comercial e jurídica, recursos humanos e suporte operacional. Cada colaborador passa por aproximadamente 400 horas de treinamento específico para atuação em campo, inclusive com uso de equipamentos de proteção individual, motosserras e vestimentas anticorte. A empresa destaca que os procedimentos seguem normas rígidas de segurança para preservar tanto os eletricistas quanto a integridade da rede.
Durante o pico dos trabalhos, todos os veículos da Energisa foram direcionados aos bairros com maior número de ocorrências. A concessionária relata deslocamentos contínuos ao longo de 24 horas, até que o abastecimento seja completamente restabelecido. Parte da região central de Campo Grande já teve a energia recomposta nas duas primeiras horas depois do temporal; atualmente, as equipes atuam em ramais menores que atendem grupos reduzidos de consumidores.
Além da atuação direta na rede elétrica, a companhia mantém canais de comunicação abertos para registrar novas solicitações e orientar a população quanto à segurança. A recomendação é evitar o contato com cabos partidos ou estruturas metálicas próximas a árvores caídas.
A capital sul-mato-grossense permanece em alerta laranja emitido pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec). O órgão registrou ventos de até 88,9 km/h e 27,5 milímetros de chuva em apenas 25 minutos durante o temporal. A previsão indica possibilidade de novas tempestades nas próximas 48 horas.
Para mitigar riscos adicionais, a prefeitura mantém uma força-tarefa formada por servidores da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Defesa Civil, Agência Municipal de Habitação (Emha), Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e outros órgãos. As equipes realizam a remoção de árvores, a limpeza de vias e o suporte a famílias em áreas vulneráveis.
A Central 156, serviço de atendimento municipal, recebeu cerca de 40 chamados relacionados à derrubada de árvores somente durante a quarta-feira. A Defesa Civil contabiliza mais de 50 ocorrências desde o fim de semana, entre solicitações de desobstrução de vias, avaliação de estruturas comprometidas e encaminhamento de moradores a abrigos temporários.
Segundo a administração municipal, o trabalho de limpeza e restauração da infraestrutura urbana continuará ao longo desta quinta-feira (6) e poderá se estender caso as condições climáticas adversas persistam. A orientação é que a população redobre a atenção em áreas com fiação exposta, galhos prestes a cair e pontos de alagamento.
Enquanto as reparações seguem, a Energisa monitora indicadores de tensão e carga em toda a rede sul-mato-grossense. As informações obtidas pelo centro de operações são compartilhadas com órgãos de proteção e defesa civil a fim de coordenar ações rápidas diante de novas ocorrências.
A concessionária reforça que o restabelecimento completo do fornecimento de energia depende da conclusão dos serviços de poda, retirada de escombros e liberação de acessos pelas equipes municipais. A meta é reduzir gradualmente o volume de unidades consumidoras sem eletricidade nas próximas horas, priorizando locais que concentram serviços essenciais.
Até a normalização total, consumidores podem consultar canais digitais, aplicativo ou telefone de emergência da empresa para obter informações atualizadas. A recomendação é que possíveis falhas sejam reportadas imediatamente para acelerar o despacho das equipes.
Com a previsão de continuidade das chuvas e ventos fortes, autoridades estaduais e municipais reiteram a importância de manter abrigos seguros, evitar trafegar em trechos alagados e não se aproximar de estruturas danificadas. O monitoramento das condições climáticas permanece ininterrupto até o fim do período crítico.









