Um homem ainda não identificado morreu na noite de sábado (6) após invadir a casa de um casal de idosos no bairro Interlagos, em Três Lagoas, interior de Mato Grosso do Sul. A Polícia Civil investiga o caso e tenta localizar familiares do suspeito, que, segundo equipes médicas, pode ter sofrido uma overdose durante a ação.
De acordo com informações da Polícia Militar, o episódio teve início por volta das 22h, quando o casal, que assistia televisão na sala, ouviu um forte impacto no portão da residência, situada na rua Zuleide Perez Tabox. Ao verificar o que ocorria, os moradores viram um homem com idade estimada entre 25 e 35 anos entrar no quintal e, em seguida, acessar o interior do imóvel.
Dentro da casa, o invasor demonstrou comportamento desorientado: derrubou objetos, socou paredes e passou a gritar de forma incontrolável. Temendo agressões físicas, o casal se refugiou em um cômodo e acionou o telefone de emergência da Polícia Militar. Enquanto aguardavam ajuda, mantiveram a porta trancada, acompanhando o barulho das investidas do intruso contra a estrutura da residência.
Uma equipe da Rádio Patrulha chegou minutos depois e se deparou com o suspeito visivelmente alterado. Segundo o boletim registrado, os policiais tentaram diversas vezes acalmá-lo e anunciaram a revista pessoal, procedimento padrão antes da condução à delegacia. Ele não acatou nenhuma ordem verbal, manteve postura agressiva e continuou a circular pelos cômodos de maneira errática.
Diante dos sinais de possível uso de substâncias psicoativas — que incluíam sudorese excessiva, fala desconexa e grande agitação motora — os militares pediram apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A intenção era avaliar o estado de saúde do indivíduo e, se necessário, administrá-lo clinicamente antes da abordagem policial definitiva.
Quando a equipe do Samu chegou, o homem apresentou piora no quadro e entrou em parada cardiorrespiratória. Os socorristas iniciaram manobras de reanimação com compressões torácicas e uso de desfibrilador. Os procedimentos duraram cerca de 40 minutos, mas não houve resposta aos estímulos. O médico que chefiava a equipe confirmou o óbito ainda no local, atribuindo, em princípio, a causa à suspeita de overdose por entorpecentes.
Após a confirmação da morte, a Polícia Militar isolou a área para preservar vestígios. Em seguida, acionou a Polícia Civil e a Polícia Científica. Peritos coletaram impressões, fotografaram o ambiente e reuniram objetos que possam indicar quais substâncias o invasor teria consumido antes de entrar na residência. Nenhum documento de identificação foi encontrado com ele.
Concluída a perícia inicial, o corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) de Três Lagoas. Lá, exames necroscópicos deverão determinar a causa exata da morte, identificar a presença de drogas no organismo e, eventualmente, apontar lesões compatíveis com a conduta agressiva observada pelos policiais.
A Polícia Civil, responsável pelo inquérito, busca agora estabelecer a identidade do homem e localizar parentes. Investigadores percorreram o Centro POP, no bairro Santa Terezinha — unidade que atende pessoas em situação de rua — em busca de alguém que pudesse reconhecê-lo, mas nenhuma informação relevante foi obtida até o momento.
Moradores e usuários de drogas da região onde ocorreu a invasão foram entrevistados e afirmaram não conhecer o suspeito. Imagens de câmeras de segurança instaladas em residências vizinhas também estão sendo analisadas para verificar o trajeto percorrido por ele antes de alcançar a casa invadida.
O casal de idosos não sofreu ferimentos físicos, mas relatou que a situação gerou forte abalo psicológico. Eles foram orientados pela Polícia Militar sobre medidas de segurança, como reforço de trancas e instalação de dispositivo de vigilância, e informados sobre a possibilidade de acompanhamento psicológico pela rede municipal de saúde.
Segundo a corporação, nenhuma ocorrência de furto ou roubo foi registrada durante o episódio; a motivação aparente do invasor seria o estado de desorientação provocado pelo uso de drogas. A investigação prossegue para esclarecer as circunstâncias completas do caso, identificar o suspeito e confirmar a natureza dos entorpecentes que teriam causado a parada cardiorrespiratória.
