Search

Homem é preso por tráfico após polícia localizar drogas em alojamento de trabalhadores em Paranaíba

Um homem que prestava serviços para uma usina foi detido em flagrante por tráfico de drogas em Paranaíba, cidade do leste de Mato Grosso do Sul, depois que a Polícia Militar encontrou entorpecentes no alojamento onde ele residia com outros empregados temporários. A prisão ocorreu na terça-feira (11), durante uma operação motivada por denúncias de moradores sobre movimentações suspeitas em imóveis utilizados para abrigar trabalhadores.

Paranaíba vem registrando aumento de casas transformadas em alojamentos coletivos para funcionários de empresas e usinas instaladas na região. De acordo com relatos de vizinhos, alguns desses locais têm sido palco de festas, som alto e grande circulação de pessoas durante a madrugada, gerando queixas frequentes ao serviço de emergência 190 e a veículos de imprensa locais.

Na data da ocorrência, equipes da Polícia Militar passaram a monitorar um endereço apontado em denúncias anônimas. Enquanto observavam o imóvel, os policiais avistaram um homem em atitude considerada suspeita. Ao perceber a aproximação da viatura, ele tentou fugir a pé. Os agentes iniciaram a perseguição e conseguiram contê-lo poucos metros adiante.

Durante a revista pessoal, foram localizadas porções de substâncias entorpecentes, cuja quantidade não foi divulgada. Questionado pelos policiais, o suspeito admitiu que guardava mais drogas no quarto que ocupava no alojamento. Os militares retornaram ao imóvel e encontraram material adicional, confirmando a prática de tráfico.

O homem recebeu voz de prisão em flagrante e foi encaminhado à delegacia de Polícia Civil de Paranaíba, onde permaneceu à disposição da Justiça. As autoridades não revelaram se outros moradores do alojamento tinham conhecimento da atividade ilícita nem informaram, até o momento, se mais pessoas serão investigadas.

A operação reforçou as discussões sobre o impacto da presença de alojamentos improvisados em áreas residenciais do município. Segundo habitantes das redondezas, além do barulho e da entrada e saída constante de trabalhadores, há preocupação com a segurança, principalmente quando surgem indícios de consumo ou comércio de drogas nas proximidades.

Responsáveis pela fiscalização da ordem pública afirmam que denúncias de perturbação do sossego, agressões e uso de entorpecentes se tornaram mais recorrentes à medida que cresceu o número de empresas contratando mão de obra temporária. Muitas delas optam por locar casas ou conjuntos de quitinetes dentro do perímetro urbano, concentrando dezenas de trabalhadores em imóveis originalmente projetados para famílias.

Em nota divulgada à imprensa, a Polícia Militar ressaltou a importância da participação da comunidade no combate ao tráfico. O órgão destacou que informações precisas encaminhadas por moradores auxiliam no planejamento de ações de monitoramento e abordagem, como a que resultou na prisão de terça-feira.

Até agora, não há registro de autuação contra a empresa responsável pela contratação do suspeito. Conforme a legislação atual, as companhias têm o dever de zelar pelas condições de hospedagem de seus empregados, mas o envolvimento de um trabalhador com atividades ilícitas não caracteriza, por si só, infração administrativa diretamente atribuível ao empregador. O caso, no entanto, pode levar autoridades trabalhistas e municipais a reforçar inspeções em alojamentos.

Nenhum entorpecente foi encontrado em outros cômodos do imóvel após a primeira busca, e não foram apreendidas armas ou objetos de valor suspeito. O material coletado foi encaminhado para perícia, que deve identificar as substâncias e confirmar a quantidade total apreendida.

O inquérito instaurado pela Polícia Civil vai apurar a origem da droga e possíveis conexões do preso com outros distribuidores da região. Caso fique comprovado que ele abastecia outros pontos de venda, os envolvidos podem responder conjuntamente pelos crimes previstos na Lei de Drogas.

Moradores de bairros onde funcionam alojamentos esperam novas vistorias e ações de fiscalização. A Polícia Militar informou que continuará realizando rondas frequentes e que denúncias podem ser feitas de forma anônima, por telefone ou aplicativo, contribuindo para prevenir delitos e garantir o sossego público.

A prefeitura de Paranaíba, procurada pela reportagem, não se manifestou sobre eventuais medidas administrativas para regulamentar ou supervisionar os alojamentos mantidos por empresas privadas. Representantes do setor produtivo local também não comentaram o impacto de eventuais restrições sobre cronogramas de safra e obras que dependem de trabalhadores sazonais.

A prisão do prestador de serviços acende alerta sobre os desafios de conciliar desenvolvimento econômico, geração de empregos temporários e segurança nas áreas urbanas. O desfecho do processo criminal e as ações de fiscalização anunciadas serão acompanhados pela comunidade, que cobra providências para evitar novos casos semelhantes nos bairros da cidade.