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Temporal derruba barraco e deixa casal de catadores sem teto no bairro Aero Rancho, em Campo Grande

Um forte temporal registrado na tarde de quarta-feira, 5 de novembro de 2025, destruiu o barraco de lona e madeira onde viviam os catadores Geane Cristina Fava Pinto e Jean Aparecido Corrêa, na Rua Independente, 647, bairro Aero Rancho, em Campo Grande (MS). A estrutura precária não resistiu à combinação de vento e chuva, desabando e deixando o casal sem abrigo, sem eletricidade e sem água encanada.

De acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), a tempestade atingiu velocidade de 88,9 km/h e acumulou 27,5 milímetros de precipitação em apenas 25 minutos. A intensidade foi suficiente para comprometer residências improvisadas, derrubar árvores e alagar ruas em diversos pontos da capital sul-mato-grossense.

Perda total dos pertences

O barraco da família, montado com tábuas reaproveitadas e coberto por lona, ruiu durante a chuva. Móveis, eletrodomésticos, roupas e alimentos ficaram expostos à lama e à água. Sem a estrutura de proteção, os objetos precisaram ser empilhados a céu aberto enquanto o casal tentava recuperar o que pudesse ser salvo. Grande parte do material ficou inutilizada pela umidade.

Geane e Jean dependem da coleta de materiais recicláveis para subsistir. Com a renda limitada, não possuíam reservas financeiras para reparos ou novas compras. A ausência de energia elétrica impede o uso de equipamentos básicos, como geladeira ou ventilador, e a falta de acesso à rede de água dificulta a higienização dos itens que ainda restaram.

Respostas da Defesa Civil e situação na cidade

O temporal que atingiu o Aero Rancho também causou danos em outros bairros de Campo Grande. Até o fim da tarde, a Defesa Civil municipal havia recebido mais de 50 chamados referentes a quedas de árvores, destelhamentos e pontos de alagamento desde o fim de semana. O município permanece em alerta laranja, indicando risco moderado para novos eventos climáticos adversos.

Equipes da prefeitura trabalham na remoção de galhos e na limpeza das vias obstruídas. No entanto, casos pontuais de famílias que vivem em moradias improvisadas, como o de Geane e Jean, exigem soluções emergenciais adicionais para garantir abrigo temporário e reposição de itens essenciais.

Necessidades imediatas

Sem condições estruturais para reconstruir a moradia por conta própria, o casal solicita doações de roupas, alimentos não perecíveis, cobertores, lonas, utensílios domésticos e materiais de construção. As contribuições podem ser entregues diretamente no terreno onde ficava o barraco, na Rua Independente, 647, bairro Aero Rancho.

Além de cama, colchões e vestuário, a família também perdeu itens de trabalho, como sacos e carrinhos usados na coleta de recicláveis. A reposição desses materiais é considerada urgente para que o casal possa retomar a atividade que garante renda diária.

Previsão e orientações

O Cemtec mantém a previsão de pancadas de chuva acompanhadas de ventos fortes para os próximos dias. Diante do alerta, a Defesa Civil orienta moradores em áreas de risco a reforçar estruturas, evitar permanecer próximo a árvores ou redes elétricas durante tempestades e acionar o telefone de emergência em caso de perigo iminente.

Enquanto aguarda auxílio, o casal permanece no terreno onde a casa foi destruída, sem proteção adequada contra nova precipitação. O medo de futuros temporais se soma à insegurança de passar as noites ao relento. A prioridade, segundo familiares, é instalar ao menos uma cobertura provisória que permita manter seco o que ainda não foi perdido.

Impacto social do temporal

O episódio no Aero Rancho evidencia a vulnerabilidade de famílias que ocupam imóveis improvisados em Campo Grande. Moradias construídas com materiais de baixa resistência estão sujeitas a danos severos diante de eventos climáticos intensos, que têm se tornado mais frequentes na região. A situação de Geane e Jean exemplifica a dificuldade de promover recuperação rápida quando há perda simultânea de abrigo, alimentos e rendimento.

Embora ações de assistência social do município estejam em andamento, a demanda por ajuda imediata é elevada. Comunidades, igrejas e entidades civis estão se mobilizando para arrecadar donativos que minimizem o impacto das chuvas sobre os moradores atingidos.

Para Geane e Jean, qualquer contribuição representa a possibilidade de reconstruir o espaço onde viviam e retomar a rotina de trabalho de coleta seletiva, única fonte de sustento da família. Enquanto as autoridades avaliam medidas de apoio, a solidariedade de vizinhos e voluntários surge como o recurso mais rápido para garantir proteção contra o próximo temporal.

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