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Deputado Zé Teixeira diz que só sai da Fazenda Santa Claudina “à força” e fixa preço em R$ 500 milhões

Brasília – O deputado estadual Zé Teixeira (PSDB-MS) declarou que só deixará a Fazenda Santa Claudina, em Caarapó (MS), mediante uso de força policial ou militar. A área de cinco mil hectares, que integra uma gleba de 11.400 hectares reivindicada pelos Guarani-Kaiowá, foi avaliada pelo parlamentar em R$ 500 milhões.

A fazenda

Segundo Teixeira, a propriedade produz cana-de-açúcar, soja e milho e abriga uma usina de bioenergia operada pelo grupo Shell-Raízen. O ruralista diz ter adquirido a terra ao longo de 40 anos, a partir dos 22 anos de idade, e afirma possuir 17 títulos registrados em cartório. Ele sustenta que o hectare na região supera R$ 100 mil, o que elevaria o valor total da área em disputa para cerca de R$ 1,1 bilhão.

Conflitos recentes

A gleba reúne 26 proprietários. Entre eles está a Fazenda Ipuitã, palco de confrontos após o incêndio de casas por indígenas, motivado por denúncia de sequestro e estupro de uma jovem Kaiowá supostamente cometido por seguranças.

Críticas a órgãos e entidades

O deputado responsabiliza o Conselho Missionário Indigenista (Cimi) por “narrativas” que, segundo ele, estimulam ocupações. Também aponta inoperância de Funai, Incra e Ministério Público na prevenção de invasões e na regularização fundiária.

Marco temporal e propostas

Teixeira defende o marco temporal de 5 de outubro de 1988, validado pelo Congresso em 2023, e recorda decisão do Supremo Tribunal Federal de 2014 que anulou procedimentos para demarcar a Terra Indígena Guyraroká. Ele propõe investimentos em infraestrutura, educação e trabalho para “integrar” populações indígenas em áreas urbanas.

Apoios políticos

Apesar de ser figura tradicional do agronegócio e crítico de movimentos sociais, o tucano afirma ter diálogo com o ex-governador Zeca do PT e com o deputado estadual Pedro Kemp (PT). “O Zeca é 100% contra invasões”, declarou.

Com informações de Campo Grande News