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Análise: Palmeiras faz seu jogo mais feio do ano e expõe o peso dos desfalques na Libertadores

Meio-campistas quase nem aparecem no quadro quando Herrera se aproxima da área — Foto: Reprodução

Só tenho um elogio a fazer a respeito da atuação do Palmeiras na derrota por 1 a 0 para o San Lorenzo, pela Libertadores, em Buenos Aires: o nível de concentração e disposição com que o zagueiro paraguaio Gustavo Gómez jogou mais uma vez, mesmo aparentemente sem estar 100% recuperado das dores no tornozelo. De resto, foi o jogo mais feio que vi do time no ano.

Mesmo na derrota para o Corinthians, pelo Campeonato Paulista, a única em 2019 até a noite desta terça-feira, o Palmeiras tinha martelado seu rival, ainda que com apenas uma finalização certa no gol.

Diante do San Lorenzo (enfiado em uma das piores fases de sua história), a equipe dirigida por Luiz Felipe Scolari tentou seguir a estratégia reativa de que seu chefe gosta. Mas se desfazia da bola na mesma velocidade em que a recuperava.

Ficou evidente a falta que fizeram os dois desfalques em Buenos Aires. Os meia-atacantes Gustavo Scarpa (liberado pelo falecimento da avó) e Ricardo Goulart (que ficou no Brasil para fazer fortalecimento físico) dividem não somente a artilharia do ano, com quatro gols cada, mas o posto de principal destaque até aqui.

As opções de Felipão para substituí-los, Moisés e Felipe Pires, não funcionaram. O camisa 10 quase fez um gol de camisa 10 – um domínio com o peito, seguido de bicicleta que tocou o travessão do San Lorenzo –, é verdade, mas também deixou o meio-campo mais lento. Já o ponta foi parado pela marcação pela argentina.

O jogo já não era bom – acho que ainda não era o mais feio do ano – no primeiro tempo, mas conseguiu piorar depois das mudanças do treinador no intervalo. A intenção até que foi elogiável: sacou dois volantes pendurados, Thiago Santos e Bruno Henrique, que não vinham bem na partida, e colocou em campo Felipe Melo e Lucas Lima.

Substituições dão errado

Em vez de ganhar qualidade na armação, o Palmeiras criou um buraco gigante entre as duas primeiras linhas. Foi por ali que, com tempo suficiente para construir o mesmo patrimônio acumulado da tal de Bettina, Herrera carregou a bola sem ser incomodado e finalizou de fora da área para abrir o placar, aos cinco minutos do segundo tempo.

Pronto, dali em diante seria o jogo mais feio do Palmeiras no ano. Um Palmeiras que, desde que Felipão chegou, foi campeão brasileiro, mas não consegue virar placar. Virou uma vez, para ser justo.

As principais jogadas até os 50 minutos do segundo tempo foram escanteios e laterais mal cobrados para o meio da área. A única bola minimamente aproveitada, veja só, foi em cabeceio do incansável Gustavo Gómez, que terminou o jogo com dores.

Para o clássico de domingo, contra o São Paulo, na arena, que vale vaga na final do Campeonato Paulista, Felipão terá de volta Gustavo Scarpa e Ricardo Goulart. Dois reforços de peso, que começam a parecer essenciais para o Palmeiras apresentar um bom futebol.

(*) Com informações do Globoesporte.com.