O vereador Dr. Victor Rocha (PP) participou da Audiência Pública sobre Sistema de Regulação de Vagas no Sistema Único (SUS) em Campo Grande, proposta pelo deputado estadual Pedro Pedrossian (PSD), realizada na tarde de terça-feira (14).
Dr. Victor Rocha foi convidado para compor a mesa de discussão, justamente por ter atuado como secretário adjunto da Sesau e também por ser o idealizador e médico mastologista da Casa Rosa. “Nossa contribuição nessa discussão foi de mostrar dados fornecidos pela Sesau, após solicitação via ofício, com o demonstrativo das filas de espera por vagas no Sistema de Regulação do SUS. Conforme apresentado pelo deputado Pedro Pedrossioan. A Saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Nós, enquanto representantes do povo, não podemos nos calar diante da falta de gestão na Sesau”, argumentou o presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores.
Durante a discussão o deputado Pedrossian Neto citou dados do Sistema de Regulação de Campo Grande, que ajudam a dimensionar o problema. De acordo com o levantamento, o tempo de espera para a primeira consulta para realização de cirurgia de cabeça e pescoço é de 214 meses, o que corresponde a 18 anos. Essa é a situação mais crítica, em se tratando da demora, dos casos elencados pelo parlamentar. São 904 pacientes no total, dos quais 856 aguardando consultar pela primeira vez. E há apenas quatro vagas para primeira consulta e somente dois profissionais para fazer o atendimento.
Outros tipos de cirurgias eletivas apresentam demoras menores, mas ainda significativas. É o caso da cirurgia ortopédica de quadril, com 1.165 pessoas na fila e com tempo médio de espera de 113 meses ou nove anos. A cirurgia de ombro, que tem 1.432 na fila, chega a demorar 101 meses ou oito anos para a primeira consulta. E, de modo geral, há poucas instituições de saúde e número reduzido de profissionais realizando os procedimentos. Em se tratando da cirurgia de quadril, há seis profissionais e só um prestador de serviço. No caso da cirurgia de ombro, só tem um prestador e dois profissionais para atender a demanda.
Esse problema, de acordo com o deputado, relaciona-se a outros gargalos no SUS. “Necessidade de equilibrar os incentivos a determinadas especialidades para corrigir desvios na fila de espera; sistemas distintos que dificultam a análise de dados; concentração de informações e ausência de justificativas médicas no sistema; e ausência de transparência dos dados”, enumerou o parlamentar. Ele acrescentou que a transparência, assegurada em legislação, contribui para mudança de cultura, fundamental no processo de resolução da morosidade dos atendimentos.
Idealizador e Médico Mastologista da Casa Rosa, Dr. Victor Rocha apresentou os resultados do projeto que em dois anos de atuação já fez o diagnóstico de 130 casos de câncer de mama. “Implantada em 11 de novembro de 2021, a Casa Rosa zerou a fila de espera por consulta com mastologista, punção e biópsia de mama no Sistema Único de Saúde (SUS). Desde a inauguração até 10 de novembro de 2023, a Casa Rosa realizou 6.846 atendimentos (entre primeira consulta e retorno), 2292 ultrassonografias, 1172 mamografias, 1061 biópsias de mama e 40 cirurgias de mama. Com 130 casos diagnosticados de câncer de mama, que já foram encaminhados para o devido tratamento”.
Dr. Victor Rocha encerrou sua participação enfatizando que é possível fazer um SUS de qualidade, bastando apenas boa vontade política para promover a melhoria da qualidade de vida da população. “A Casa Rosa é um caso de sucesso que serve como modelo de gestão para Campo Grande, Mato Grosso do Sul e para o Brasil. A Casa Rosa tem como foco a prevenção do câncer de mama e a saúde da mulher. O projeto realiza consultas, exames, diagnóstico do câncer de mama e o tratamento em tempo hábil. Zerou a fila de espera no SUS para consulta em mastologia, punção e biópsia de mama. Temos cumprido nossa missão: Salvar Vidas!”.