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IFC apoia iniciativa da Natura para impulsionar a sociobioeconomia na amazônia com investimento de R$6 milhões

Ana Costa, vice-presidente de Sustentabilidade, Jurídico, Reputação e Comunicação Corporativa da Natura
Ana CostaNATURA.Foto: Roberto Setton | Divulgação

A International Finance Corporation (IFC), do Grupo Banco Mundial, anunciou um investimento de R$6 milhões no Mecanismo de Financiamento Amazônia Viva, criado pela Natura, VERT Securitizadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). Esse aporte marca a primeira vez que a IFC se envolve diretamente com comunidades tradicionais e cooperativas da região amazônica, ampliando o acesso ao crédito para milhares de famílias agroextrativistas.

De acordo com Ana Costa, vice-presidente de Sustentabilidade da Natura, iniciativas financeiras como o Amazônia Viva são fundamentais para o fortalecimento de modelos de negócios que conciliam inovação, regeneração ambiental e valorização do conhecimento tradicional da Amazônia. “A chegada da IFC é motivo de celebração, pois reforça a parceria com uma instituição de referência em práticas sustentáveis no mercado financeiro. Estamos animados para, juntos, ampliar as cadeias da sociobioeconomia, promover a conservação ambiental e gerar mais prosperidade para as comunidades locais”, destacou Costa.

Para Manuel Reyes-Retana, diretor regional da IFC para América do Sul, a parceria com a Natura e a VERT visa proporcionar financiamento e apoio técnico às cooperativas de agroextrativistas da Amazônia, sendo um modelo de aprendizado em busca de alternativas financeiras para as comunidades locais. “Este tipo de parceria é essencial para o desenvolvimento sustentável da região”, afirmou.

O Mecanismo Amazônia Viva é um modelo híbrido de financiamento (blended finance) que combina dois componentes: um certificado de recebíveis do agronegócio (CRA), administrado pela VERT, que oferece crédito a cooperativas e associações com taxa de juros anual de 8%, e um fundo filantrópico, o Fundo Facilitador (ECF), gerido pelo FUNBIO, com recursos de investidores como a Natura, Good Energies Foundation e o Fundo Vale.

O crédito fornecido pelo CRA visa principalmente financiar o capital de giro para as safras anuais, aumentando a eficiência das operações e a produtividade das cooperativas. Já o ECF realiza investimentos estruturantes para fortalecer a sociobioeconomia local e o desenvolvimento territorial.

Além de ser um dos investidores, a Natura atua como off-taker, comprando as safras das cooperativas e assim garantindo um mercado para a produção local, o que reduz riscos para os demais investidores.

Expansão do investimento e futuro do projeto

Com a entrada da IFC, o Mecanismo Amazônia Viva ganhará novos tipos de cotas no CRA, incluindo as categorias “mezanino” e “sênior”, com a última oferecendo retorno financeiro aos investidores. Até o momento, o CRA já liberou R$5,5 milhões para 13 cooperativas, e com o novo aporte, o total de investimentos deve alcançar R$9,2 milhões no CRA e R$11,8 milhões no ECF.

Além disso, a IFC colaborará com a VERT para fortalecer o sistema de gestão de risco socioambiental da securitizadora, permitindo que o Mecanismo possa expandir sua atuação para outras cadeias da sociobiodiversidade, ampliando o impacto positivo para as comunidades da Amazônia.

Com esse investimento, o Mecanismo de Financiamento Amazônia Viva se posiciona como uma ferramenta chave para promover a sustentabilidade financeira, social e ambiental na região amazônica.