O avanço do cigarro eletrônico está associado ao aumento de diagnósticos de câncer de boca em pessoas mais jovens, segundo alerta da gerente da Rede de Atenção Odontológica da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Christiane Salino. A declaração foi feita nesta quarta-feira (5), durante o Dia D da Semana de Prevenção realizado no Centro de Especialidades Médicas (CEM), em Campo Grande.
Incidência cresce na região
Dados do Instituto Nacional de Câncer indicam a previsão de 15.190 novos casos de câncer de cavidade oral no Brasil entre 2023 e 2025. Para Mato Grosso do Sul, a estimativa é de 180 registros, sendo de 100 a 120 em Campo Grande. No Centro-Oeste, a doença ocupa o quinto lugar entre os tipos de câncer mais comuns em homens.
Triagem e orientações
Para identificar novos casos e enfatizar a importância do diagnóstico precoce, estudantes da UFMS e da Uniderp, em parceria com equipes da Sesau e do Conselho Regional de Odontologia (CRO-MS), realizaram busca ativa no CEM e imediações. A avaliação dura cerca de cinco minutos e, quando necessário, o paciente é encaminhado a especialistas.
O câncer de boca pode atingir lábios, gengivas, bochechas, céu da boca, língua (especialmente as bordas), orofaringe e a região sob a língua. Manchas, aftas que não cicatrizam, placas brancas persistentes e caroços no pescoço são sinais de alerta que devem levar o paciente a procurar uma unidade de saúde.
Tratamento e acompanhamento
A coordenadora da Comissão de Prevenção ao Câncer de Boca do CRO-MS, Gabriela Chicrala, explica que o tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, com acompanhamento do cirurgião-dentista do diagnóstico ao pós-tratamento. Ela reforça a importância de consultas regulares: “A ida ao dentista ainda é muito associada a dor, precisamos mudar esse cenário”.
Relatos de pacientes
Entre os atendidos no mutirão, Maria Aparecida Martins, 63 anos, comemorou o resultado positivo da avaliação: “Achei maravilhoso, porque muitas vezes se espera meses por uma consulta”. Já Elizabeth de Souza, 71, aproveitou a ação para revisar seu implante dentário, enquanto Aparecida de Fátima, 64, foi encaminhada para avaliação especializada após detecção de alteração.
Com informações de Campo Grande News









