Um médico de 38 anos foi detido pela Polícia Militar na tarde de quarta-feira (12) sob suspeita de assédio sexual contra uma estagiária de 23 anos. A prisão em flagrante ocorreu na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Parque São Carlos, em Três Lagoas, interior de Mato Grosso do Sul, local onde a jovem atuava havia apenas cinco dias.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), a estagiária relatou que deixou o consultório em que estava para beber água no corredor da UBS. Nesse momento, o clínico geral a chamou para entrar na sala de atendimento. Ainda segundo o documento, assim que a vítima atravessou a porta, o profissional teria avançado, segurando-a pelos braços e tentando beijar seu pescoço.
Sentindo-se ameaçada, a jovem conseguiu se desvencilhar, correu pelos corredores da unidade e pediu ajuda a outros funcionários. Em sequência, enviou mensagens de texto à mãe relatando o que havia acontecido. Com base nas informações repassadas pela vítima, a Polícia Militar foi acionada e chegou ao local minutos depois.
Os militares encontraram o médico ainda no interior da UBS. Após ouvir a versão da estagiária e coletar as primeiras informações com testemunhas, a equipe deu voz de prisão em flagrante ao suspeito. Ele foi conduzido à Depac de Três Lagoas, onde permanece à disposição da Justiça enquanto aguarda a audiência de custódia, etapa em que o Poder Judiciário avaliará a manutenção ou não da prisão preventiva.
O suposto assédio sexual foi enquadrado pela Polícia Militar com base nas exigências legais aplicáveis a esse tipo de delito. Conforme o procedimento padrão, o caso será encaminhado para a Delegacia Especializada, que dará continuidade às investigações, colherá novos depoimentos e avaliará eventuais imagens de câmeras de segurança da unidade de saúde, se disponíveis.
Informações do boletim indicam que a estagiária iniciou suas atividades no posto de saúde há menos de uma semana, como parte do estágio curricular obrigatório. Até o momento do ocorrido, não havia sido registrada qualquer queixa formal contra o médico no âmbito da UBS do Parque São Carlos. A identidade do profissional e da vítima não foi divulgada pelas autoridades, em observância às normas de preservação de dados pessoais e garantia de sigilo inerentes às apurações criminais.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde de Três Lagoas não se pronunciou sobre o caso. Não há, portanto, informações oficiais acerca de eventuais procedimentos disciplinares, afastamento preventivo ou outras medidas administrativas que possam ser adotadas em relação ao médico. A pasta tampouco confirmou se instaurará sindicância interna para apurar as circunstâncias do fato e a conduta do servidor.
O médico segue detido na Depac, onde aguarda apresentação ao juiz plantonista. Caso o magistrado opte pela manutenção da prisão, o suspeito poderá ser transferido para um estabelecimento penal da região. Se o juiz entender que não há requisitos para a prisão cautelar, o profissional poderá ser posto em liberdade, sem prejuízo da continuidade do processo criminal.
Já a vítima foi encaminhada ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) para realização de exame de corpo de delito, procedimento destinado a complementar as provas colhidas no inquérito policial. A jovem também receberá acompanhamento psicológico ofertado pelo serviço de assistência à mulher em situação de violência, conforme protocolos previstos para esse tipo de ocorrência.
A Polícia Civil informou que outras pessoas que trabalham na unidade básica de saúde deverão ser ouvidas nos próximos dias, a fim de apurar se houve episódios semelhantes envolvendo o mesmo suspeito ou se o fato registrado na quarta-feira representa caso isolado. As conclusões do inquérito determinarão se o médico será indiciado por assédio sexual ou por possível tentativa de outro crime, a depender da análise jurídica final dos autos.
Até a conclusão das investigações, o médico permanece sob custódia e a estagiária, afastada das atividades na UBS para garantir sua segurança e integridade emocional. Novas informações sobre desdobramentos judiciais ou administrativos ainda não foram divulgadas pelas autoridades competentes.








