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Mato Grosso do Sul leva modelo de crescimento de baixo carbono à COP30 em Belém

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, iniciou na quarta-feira, 12 de junho, a primeira série de compromissos oficiais na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém, Pará. A participação marcou a apresentação de resultados já alcançados pelo estado em redução de emissões e desenvolvimento econômico, além de metas estabelecidas para 2030.

A agenda contou com reuniões técnicas focadas em planos de conservação ambiental e iniciativas socioeconômicas. Riedel esteve acompanhado do secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento, Jaime Verruck, e do secretário adjunto da mesma pasta, Artur Falcette. O grupo representou Mato Grosso do Sul em debates promovidos por diferentes entidades presentes na conferência.

Em painel organizado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o governador defendeu a compatibilidade entre crescimento econômico e proteção de recursos naturais. Segundo ele, a gestão sul-matogrossense adota, desde o início do mandato, a diretriz de manter atividades produtivas em parâmetros de baixo carbono, reforçando que preservação e desenvolvimento não são metas opostas.

Mato Grosso do Sul abriga três biomas – Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica – e busca posicionar-se como referência nacional na combinação de expansão econômica, conservação ambiental e inclusão social. Dois terços do Pantanal encontram-se dentro do território estadual, e dados oficiais indicam que 84% desse bioma permanecem preservados. A continuidade dessa proteção é respaldada por legislação específica, a chamada Lei do Pantanal, elaborada pela atual administração em conjunto com o setor produtivo, organizações não governamentais e autoridades de diferentes esferas.

Na matriz energética, o estado contabiliza 94% de geração a partir de fontes renováveis, mantendo baixo impacto sobre os biomas locais. Riedel lembrou que o Produto Interno Bruto sul-matogrossense vem avançando entre 5% e 6% ao ano, ritmo que corresponde a duas ou três vezes a média nacional, ao mesmo tempo em que o governo persegue a meta de neutralizar as emissões líquidas de carbono até 2030.

O programa MS Ativo, considerado pilar da estratégia de municipalismo, também foi detalhado durante a intervenção do governador. A iniciativa reúne os 79 prefeitos do estado e suas respectivas bancadas de vereadores para identificar demandas prioritárias dos municípios. A partir desse diagnóstico, o governo estadual passou a apoiar obras de infraestrutura e, posteriormente, firmou parcerias nas áreas de saúde e educação.

Dentro do escopo de neutralidade de carbono, a administração estadual estabeleceu contratos de gestão que preveem um roteiro de transição para todos os municípios. Diagnósticos já foram concluídos em 70 cidades, definindo ações de mitigação de emissões e estímulo a atividades sustentáveis. Riedel destacou que o objetivo não se limita à redução de gases de efeito estufa; a proposta engloba geração de empregos, aumento de renda e inclusão social.

Os resultados socioeconômicos atuais foram apresentados como evidência do avanço dessa agenda. De acordo com o governo, a taxa de desemprego em Mato Grosso do Sul permanece abaixo de 3%, um dos menores índices do país. O governador atribuiu esse desempenho à combinação de políticas públicas voltadas para a expansão produtiva, atendimento às especificidades territoriais e adoção de práticas ambientais responsáveis.

Riedel reforçou ainda a disposição do estado em compartilhar sua experiência com outras unidades federativas e instituições interessadas, desde que haja convergência de objetivos e foco em políticas públicas baseadas em resultados concretos. Para ele, o diálogo entre diferentes atores e a minimização de disputas político-partidárias são condições essenciais para a implementação de iniciativas ambientais e de desenvolvimento.

A participação sul-matogrossense na COP30 continua nesta quinta-feira, 13 de junho. No espaço Agrizone, montado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o painel “MS na Agrizone” terá a presença de representantes do estado para discutir temas ligados à produção agrícola sustentável. Outro compromisso da comitiva é o debate “Lei Geral do Licenciamento Ambiental e o Papel dos Estados”, organizado pela Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), no Pavilhão Pará da Green Zone.

Com essas atividades, Mato Grosso do Sul pretende reforçar, perante a comunidade internacional reunida em Belém, seu compromisso com políticas de baixo carbono, desenvolvimento regional e conservação dos biomas nacionais.