Mato Grosso do Sul avançou rapidamente na semeadura da safra de soja 2025/2026 e já cobre 92,1% da área prevista, de acordo com levantamento do projeto SIGA-MS. O ritmo foi impulsionado principalmente pelas precipitações registradas entre o início de outubro e a primeira semana de novembro, período que concentrou 81% de todo o plantio realizado até agora.
As chuvas mais constantes reduziram o risco de paralisações e deram maior segurança aos produtores, especialmente nas regiões Centro-Sul, responsáveis por aproximadamente 85% da superfície destinada à cultura nesta temporada. Essa faixa do Estado recebeu volumes pluviométricos suficientes para garantir umidade adequada no solo, fator decisivo para o rápido estabelecimento das lavouras.
Até 14 de novembro, o monitoramento apontava 4,4 milhões de hectares semeados, volume que se mantém alinhado à média das últimas cinco safras. Historicamente, o plantio costuma ser concluído na primeira quinzena de dezembro, tendência que deve se repetir caso as condições climáticas permaneçam estáveis nas próximas semanas.
Nas áreas onde as sementes já emergiram, os talhões apresentam estágios fenológicos que variam de V6 — fase na qual a planta exibe a segunda folha trifoliolada completamente desenvolvida — a R3, quando se inicia a formação das primeiras vagens. Esse intervalo de desenvolvimento reflete o escalonamento do plantio ao longo das últimas semanas e exige manejos diferenciados para sanidade, adubação foliar e controle de pragas.
Relatórios de campo indicam que mais de 90% das lavouras apresentam boas condições de vigor e uniformidade. A exceção ocorre em alguns pontos do Sul do Estado, onde a distribuição das chuvas mostra maior irregularidade, resultando em áreas com menor stand de plantas e necessidade de replantio pontual. Mesmo nesses casos, técnicos apontam que a recuperação ainda é possível caso chova dentro da média nos próximos dias.
Para o ciclo 25/26, a estimativa é de que Mato Grosso do Sul alcance 4,7 milhões de hectares cultivados com soja. Com produtividade média projetada em 52,8 sacas por hectare, a produção pode chegar a 15,1 milhões de toneladas, cenário considerado factível se o clima continuar favorecendo o desenvolvimento da cultura até o final do ciclo.
A perspectiva de colheita dentro dos padrões históricos reforça a importância da cultura para a economia estadual. Nos últimos anos, a soja tem representado parcela significativa do Valor Bruto da Produção agropecuária sul-mato-grossense, sustentando cadeias de logística, armazenagem e processamento industrial. A manutenção de um bom desempenho em 2025/2026 dependerá, entretanto, da continuidade das chuvas em momentos-chave, sobretudo na fase reprodutiva, quando a planta demanda maior disponibilidade de água.
Além da variável climática, técnicos recomendam atenção redobrada ao monitoramento de pragas e doenças que costumam se intensificar com a umidade elevada, como ferrugem-asiática, mosca-branca e percevejos. Boas práticas de manejo integrado, rotação de defensivos e uso de cultivares adaptadas são apontadas como estratégias essenciais para evitar perdas de produtividade e preservar o potencial de colheita estimado para o Estado.







