A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul atendeu, entre a noite de sexta-feira e o início da noite de domingo, três ocorrências distintas de violência envolvendo casais. Em dois dos registros, os envolvidos apresentavam sinais de embriaguez, fator apontado pelas equipes como comum aos episódios. Os casos ocorreram no Assentamento Serra, em São João do Aporé, e em dois bairros urbanos – Ipê Branco e Rua Limeira – e resultaram em condução dos autores e vítimas às delegacias para os procedimentos legais.
Mulher ferida por faca no Assentamento Serra
O primeiro atendimento foi registrado por volta de 0h de sábado (22) no Assentamento Serra, distrito de São João do Aporé. Uma mulher de 27 anos deu entrada no Pronto Atendimento Municipal de Cassilândia com ferimento no rosto provocado por arma branca. Quando os policiais chegaram à unidade de saúde, ela relatou que discutiu com o companheiro, de 30 anos, que a teria agredido e danificado sua motocicleta.
O suspeito apresentou versão diferente: alegou que a mulher tentou atingi-lo com a faca durante uma crise de ciúmes e, ao se defender, o golpe acertou o rosto dela. Ele admitiu ainda ter utilizado uma marreta para quebrar partes da motocicleta da vítima. Por se tratar de área atendida pelo 13.º Batalhão da PMMS, uma guarnição foi deslocada para conduzir ambos à Delegacia de Polícia Civil, onde o caso foi registrado como violência doméstica e dano ao patrimônio.
Pedido de socorro no bairro Ipê Branco
No domingo (23), às 9h30, uma equipe de Força Tática patrulhava o bairro Ipê Branco quando foi abordada por uma mulher de 22 anos no portão de sua residência. Bastante nervosa, ela informou ter sido agredida pelo companheiro, de 37 anos, que havia chegado do trabalho na noite anterior e passado a consumir bebida alcoólica.
De acordo com o relato da vítima, pela manhã o homem iniciou discussões e a acusou de traição. Em meio ao desentendimento, ele lançou o telefone celular da companheira no chão, destruindo o aparelho. A mulher reagiu com empurrões e arranhões no rosto do autor. Na sequência, segundo ela, o agressor enrolou uma camiseta na mão e desferiu golpes contra seu corpo.
O casal foi encaminhado à delegacia da área para registro do boletim de ocorrência. Ambos responderão pelos crimes previstos na Lei Maria da Penha, sendo que o dano ao aparelho eletrônico também foi incluído no procedimento.
Conflito após dia de consumo de álcool na Rua Limeira
O terceiro chamado mobilizou a Polícia Militar no início da noite de domingo, na Rua Limeira. Conforme a versão inicial do homem, de 43 anos, ele, a companheira de 23 anos e os dois filhos — um menino de seis anos e uma menina de dois anos e quatro meses — passaram parte do dia ingerindo bebida alcoólica em um parque aquático municipal. Ao retornarem para casa, a mulher, já alterada, tropeçou enquanto brincava com o filho mais velho e caiu ao chão.
Após a queda, a mãe tentou culpar e agredir a criança. O companheiro interveio para impedir a agressão, gerando empurra-empurra e gritos de socorro por parte dela. Para evitar maior confronto, o homem se afastou da residência e aguardou a chegada da viatura do lado de fora.
Os policiais encontraram a mulher chorando e em visível estado de embriaguez. Ela confirmou a discussão, disse não desejar a prisão do companheiro e explicou que o conflito começou após a ingestão de álcool durante a tarde. A equipe orientou as partes e conduziu o casal para os trâmites legais, preservando também a integridade das crianças.
Alcoolismo e denúncias reforçam alerta
Nas três ocorrências, a Polícia Militar destacou o papel do consumo de bebida alcoólica como fator que potencializou as agressões verbais e físicas. Os casos também evidenciaram a importância do pedido imediato de ajuda — seja por vizinhos ou pelas próprias vítimas — para a rápida intervenção das forças de segurança. Todas as situações foram encaminhadas às delegacias competentes, onde serão apuradas as responsabilidades conforme a legislação vigente.
Com os registros deste fim de semana, autoridades locais reforçam a orientação para que vítimas de violência doméstica utilizem os canais de denúncia disponíveis, como o telefone 190 da Polícia Militar, o 180 da Central de Atendimento à Mulher e as delegacias especializadas, garantindo proteção e responsabilização dos agressores.







