A atuação decepcionante do Flamengo na derrota para o Atlético-MG por 2 a 1, sábado, no Independência, deixou a torcida, comissão técnica e os próprios jogadores incomodados. Principalmente porque o time atuou todo o segundo tempo com um a mais, já que Elias havia sido expulso, e acabou levando um gol e não conseguindo reagir. A pancada foi dura.
A equipe teve uma exibição bem abaixo do que tinha mostrado nos últimos jogos fora de casa, principalmente contra o Corinthians, em Itaquera. Dois vacilos da defesa foram decisivos para o fracasso em Minas. Primeiro, Rodrigo Caio errou na saída de bola e na sequência Cazares marcou o gol.
O segundo gol, marcado por Chará, foi o mais simbólico. Em lance originado em uma cobrança de lateral, Léo Duarte cortou mal, o atacante aproveitou e, mesmo sem ângulo, acertou um lindo chute. Nessa altura o Flamengo já tinha um jogador a mais em campo. O tom da conversa com o elenco depois da partida foi mais elevado.
– Perdemos muito mais para nós do que para o adversário. Eu tinha que mostrar a deles minha decepção. Esperava algo mais convincente – afirmou Abel.
Mudanças deixam o Flamengo desorganizado
Com o 2 a 1 no placar, Abel resolveu fazer uma mudança brusca. Como Ricardo Oliveira já tinha saído para entrada do volante Adilson, o treinador do Flamengo optou por tirar o zagueiro Léo Duarte e colocar Vitinho. Depois, Lincoln entrou na zaga de Arrascaeta para jogar enfiado entre os defensores atleticos. Por fim, Gabigol, que já estava mais na ponta direita do que no meio, saiu e Berrío entrou.
O Flamengo terminou o jogo com: Diego Alves, Pará, Rodrigo Caio, Cuéllar, Renê, Arão, Everton Ribeiro, Berrío, Vitinho, Bruno Henrique e Lincoln. Um zagueiro, vários atacantes e uma derrota pesada para tentar digerir.
– Faria novamente tudo o que eu fiz – disse Abel.
Excesso de chuveirinhos
Com o Galo totalmente na defesa, o Flamengo, já na base do abafa, sem muita tática, basicamente tentou encontrar espaços de um lado para o outro. A única alternativa encontrada foi cruzar bolas na área. A alta zaga do Galo cortou a grande maioria. Os rubro-negros até tiveram algumas oportunidades em bate-rebate, mas não empurrar para dentro do gol de Victor, que teve boa atuação.
– Fazer os cruzamentos era a maneira que estávamos chegando com mais facilidade. Mas não conseguimos concretizar. Ele (técnico do Atlético) fechou as linhas, fica difícil entrar com qualquer outro tipo de jogada – lamentou Abel.
Em resumo, uma noite de falhas individuais determinantes na defesa, exibição técnica abaixo da maioria dos jogadores e escolhas ruins, tanto do técnico quanto dos atletas. Cuéllar, Everton Ribeiro e Bruno Henrique foram os únicos que se salvaram.
O Flamengo permanece com sete pontos no Brasileiro. Agora o time tem uma semana de preparação antes de enfrentar o Athletico-PR, domingo, no Maracanã, e tentar apagar a má impressão deixada no Independência.