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Aumento de protestos por falta de pagamento de condomínio em MS

aumento de protestos por falta de pagamento de condomínio em MS
aumento de protestos por falta de pagamento de condomínio em MS

O aumento de protestos por falta de pagamento de condomínio em Mato Grosso do Sul (MS) tem sido um fenômeno alarmante nos últimos anos. Dados recentes indicam que o número de registros em cartórios cresceu de 85 em 2020 para 254 em 2024, representando um aumento de 198,8%. Em 2025, apenas nos três primeiros meses, 648 dívidas condominiais foram protestadas, o que sugere um crescimento projetado de 920% até o final do ano. Essa situação levanta questões sobre a saúde financeira dos condôminos e a eficácia das estratégias de cobrança utilizadas pelos síndicos.

A Explosão dos Protestos

O Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil (IEPTB/MS) revelou que a média mensal de protestos por falta de pagamento de taxas condominiais saltou de 21 em 2024 para 216 em 2025. Essa mudança drástica é atribuída à alta efetividade do protesto como ferramenta de recuperação de crédito. O presidente do IEPTB/MS, Daniel Fries, destacou que a simplicidade do processo legal contribui para esse aumento. Para iniciar um protesto, não é necessária a aprovação em assembleia, bastando que o síndico ou a administradora envie a ata de eleição e os dados do devedor ao cartório.

Além disso, a recomendação é que as parcelas em aberto sejam encaminhadas ao cartório o quanto antes. Isso visa evitar o acúmulo de débitos e facilitar o pagamento por parte do condômino. É importante ressaltar que o protesto recai sobre o proprietário do imóvel, mesmo que haja inquilinos, pois este é o responsável legal pelas cotas condominiais.

Alternativas à Cobrança Judicial

Embora muitos síndicos optem pelo protesto, nem todos os casos seguem esse caminho. Em algumas situações, a administração do condomínio prefere acionar a Justiça diretamente. Glaucia Franceschini Colvara, síndica de um condomínio em Campo Grande, mencionou que tenta resolver as pendências de forma amigável. Contudo, após três meses de inadimplência, a situação é encaminhada para um advogado. Se não houver acordo, a ação judicial é considerada.

Apesar dos desafios, Glaucia ressaltou que a maioria dos moradores de seu condomínio mantém os pagamentos em dia, com a inadimplência não ultrapassando 5%. Essa realidade contrasta com o aumento geral de protestos, indicando que a situação pode variar significativamente entre diferentes condomínios.

De acordo com o IBGE, Mato Grosso do Sul possui cerca de 90.541 endereços em arranjos condominiais, sendo 76.396 apartamentos e 14.145 casas. A diversidade de tamanhos e tipos de condomínios pode influenciar as taxas de inadimplência e as estratégias de cobrança adotadas.

Em conclusão, o aumento de protestos por falta de pagamento de condomínio em MS reflete uma preocupação crescente com a inadimplência. A eficácia do protesto como ferramenta de cobrança e a simplicidade do processo legal têm contribuído para esse fenômeno. Contudo, a realidade varia entre os condomínios, e a busca por soluções amigáveis ainda é uma prática comum entre muitos síndicos.