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Banco Central está disposto a debater autonomia ampla com o governo, afirma Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defende em entrevista à Folha a costura de um acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para a aprovação da PEC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, revelou em entrevista à Folha de São Paulo a sua disposição em dialogar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa ampliar a autonomia da instituição. Campos Neto ressalta que a autonomia financeira é um passo importante para aprimorar o arcabouço de autonomia do Banco Central.

A articulação do tema no Congresso Nacional gerou reações por parte dos membros da gestão anterior, chegando a interromper o diálogo com Haddad. No entanto, Campos Neto e Haddad retomaram as conversas recentemente, especificamente sobre a PEC. O presidente do Banco Central tranquilizou o ministro, afirmando que o BC possui flexibilidade e que todas as decisões serão tomadas em conjunto.

Vale ressaltar que o Banco Central já conquistou autonomia operacional há três anos, durante o governo de Jair Bolsonaro. Com a PEC, a instituição passaria a ser uma empresa pública de natureza especial, com autonomia técnica, operacional, administrativa, orçamentária e financeira, além de poder de polícia.

Campos Neto também abordou os desafios da política monetária e demonstrou otimismo com relação ao crescimento econômico. Ele explicou que quando mencionou que o BC estava “derretendo”, estava se referindo à saída de funcionários para o setor privado e à devolução de cargos comissionados. Essa situação tem gerado tensão e atrapalhado o funcionamento interno do banco.

O presidente do BC ressalta a importância de encontrar soluções de longo prazo para manter os quadros de excelência e manter as pessoas motivadas. Além disso, ele destaca a necessidade de avançar em projetos como o Drex (moeda virtual), o open finance e o uso da inteligência artificial de forma mais eficiente.

Campos Neto também mencionou o apoio do Banco Central à PEC do Senado que trata da autonomia fiscal e orçamentária da instituição. Ele destaca que mais de 90% dos bancos centrais no mundo que possuem autonomia operacional também possuem autonomia financeira. A PEC é o início de um debate que poderá ser aprimorado e ajustado conforme as necessidades do governo, com o objetivo de fortalecer a governança do Banco Central.

Todos os projetos e decisões do Banco Central são discutidos em reuniões da diretoria colegiada, inclusive com a participação dos diretores indicados pelo ex-presidente Lula. O consenso é buscado em todas as medidas adotadas pela instituição.

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