O Brasil saúda eleição pacífica ocorrida na Venezuela no último dia 28/07, Foi o comunicado do Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio de nota, que a publicação dos dados desagregados por mesa de votação pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela está sendo aguardada. Este passo é considerado indispensável para garantir a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito.
O comunicado ressaltou que o Brasil reafirma o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados. O Itamaraty também cumprimentou a Venezuela pelo fato de as eleições terem sido realizadas em um clima pacífico.
“O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração”, declarou a nota do MRE.
O governo brasileiro enviou como representante para acompanhar a votação o embaixador Celso Amorim, assessor especial de Relações Internacionais da Presidência da República.
Há a expectativa de que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela publique todas as atas com os resultados eleitorais por urna. Com isso, será possível verificar se as atas em mãos do CNE são as mesmas impressas na hora da votação e que foram distribuídas aos fiscais da oposição ou aos observadores nacionais e internacionais.
Apesar de o CNE ter anunciado a vitória de Nicolás Maduro por 51,21% dos votos com 80% das urnas apuradas, a oposição, liderada pelo candidato Edmundo González, não reconheceu o resultado. Na madrugada desta segunda-feira (29), a líder da oposição, María Corina Machado, afirmou que tiveram acesso a 40% das atas e que estas indicariam que González venceu.
Lideranças de países ao redor do mundo estão divididas: algumas não reconhecem o resultado, como os presidentes do Equador, Daniel Noboa, e da Argentina, Javier Milei; outras, como a Colômbia, os Estados Unidos, a União Europeia e o Brasil, não desconhecem o resultado, mas pedem a publicação das atas. Países como Rússia, Bolívia, China e Cuba parabenizaram Maduro pela vitória sem contestar a publicação das atas.
Em discurso após o anúncio da vitória, Nicolás Maduro pediu que os países respeitem o resultado eleitoral, destacando a confiança, segurança e transparência do sistema eleitoral venezuelano com suas 16 auditorias. Ele comparou a situação ao debate sobre a legitimidade das eleições nos Estados Unidos, enfatizando que a Venezuela não se envolveu nesse caso.
Desde 2004, os resultados das eleições venezuelanas têm sido questionados pela oposição e por parte da comunidade internacional. No entanto, organizações internacionais como o Centro Carter e a Missão de Observação da União Europeia não apontaram fraudes nos últimos pleitos, e denúncias de fraudes em eleições passadas não foram formalizadas no país.