O ex-deputado estadual Capitão Contar anunciou nesta semana que voltará a integrar os quadros do Partido Liberal (PL) com a intenção declarada de disputar uma vaga no Senado por Mato Grosso do Sul em 2026. Em entrevista a uma emissora regional, o militar da reserva afirmou que a cerimônia de filiação deve ocorrer ainda em novembro, já com aval da direção nacional da sigla.
Contar, que já foi filiado ao PL antes de migrar para o PRTB, explicou que o retorno faz parte de uma estratégia articulada pela cúpula partidária para ampliar a bancada conservadora no Congresso Nacional. Segundo ele, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, trabalha na formação de um grupo competitivo para as próximas eleições gerais, e o ex-deputado foi incluído em uma lista de 25 nomes cotados para concorrer ao Senado pelo partido.
“Recebi o convite e me sinto honrado em integrar o projeto”, declarou o ex-parlamentar ao defender o fortalecimento da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na avaliação de Contar, o PL pretende liderar a reorganização da direita em 2026, tanto no Legislativo quanto no Executivo.
Metáforas esportivas e foco na oposição
Durante a entrevista, o militar usou metáforas ligadas ao futebol para ilustrar a conjuntura partidária. Ao ser questionado sobre divergências internas, especialmente a convivência com o ex-governador Reinaldo Azambuja, atual presidente estadual da legenda, Contar afirmou que não pretende assumir o papel de “técnico” nem de “juiz” do time. “O importante é o Brasil vencer”, resumiu, sinalizando que não se envolverá em disputas de comando.
Apesar de trajetórias políticas distintas — Azambuja construiu carreira no PSDB antes de chegar ao PL —, Contar disse não ver conflito em dividir espaço na mesma sigla. Ele ressaltou que ambos seguem caminhos próprios e que a prioridade deve ser a construção de uma bancada capaz de enfrentar o campo governista.
Alinhamento com lideranças nacionais
O ex-deputado reforçou o apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, principal nome do PL no cenário nacional, e destacou a possível filiação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como peça-chave para a disputa presidencial de 2026. Segundo Contar, a eventual entrada de Tarcísio teria potencial de ampliar o alcance do partido e oferecer uma alternativa consolidada à reeleição de Lula.
Na avaliação do militar, a eleição de 2026 pode ser comparada a um “campeonato” no qual os partidos de direita precisam “escalar seus jogadores”. Ele acredita que a definição antecipada de pré-candidaturas dará ao PL vantagem na formação de alianças e na captação de recursos para a campanha.
Saída do PRTB e transição partidária
Contar concorreu ao governo de Mato Grosso do Sul em 2022 pelo PRTB, ficando atrás do então deputado estadual Eduardo Riedel. Ao anunciar a volta ao PL, o ex-deputado afirmou ter conversado com a direção nacional do PRTB para agradecer o período em que esteve filiado. Ele justificou a mudança pela necessidade de contar com uma estrutura mais robusta para a disputa de 2026.
“Continuo defendendo as mesmas bandeiras que sempre levantei, mas agora dentro de um partido com maior capilaridade”, explicou. Entre as pautas que pretende priorizar estão segurança pública, redução de impostos e fortalecimento do agronegócio, setores que considera estratégicos para o desenvolvimento do estado e do país.
Planejamento para a campanha
O ex-parlamentar adiantou que deve iniciar, nos próximos meses, um roteiro de visitas aos municípios sul-mato-grossenses para apresentar suas propostas e angariar apoios. A intenção é construir uma rede que inclua lideranças locais, vereadores e prefeitos afinados com a plataforma conservadora.
Contar também pretende manter interlocução frequente com a bancada federal do PL, a fim de alinhar discursos e estratégias. Ele avalia que uma candidatura ao Senado exige diálogo permanente com deputados e senadores já eleitos, tanto para obter visibilidade quanto para articular futuras frentes temáticas no Congresso.
Expectativas para o cenário eleitoral
Questionado sobre a configuração da disputa em Mato Grosso do Sul, o ex-deputado evitou citar possíveis adversários, mas reconheceu que o pleito tende a ser competitivo. O estado terá apenas uma vaga em disputa em 2026, o que deve concentrar as articulações partidárias. Contar acredita que a definição precoce de seu nome ajuda a consolidar apoios e a minimizar eventuais divisões internas.
Sobre a relação com outras legendas de direita, o militar avaliou que há espaço para composições futuras, desde que as siglas compartilhem princípios semelhantes. Ele defende a formação de uma frente ampla contra a esquerda, mas ressalta que esse movimento deverá ser conduzido pela direção nacional do PL em sintonia com as bases estaduais.
Por fim, Contar reiterou que a cerimônia de filiação será aberta a militantes e apoiadores. A expectativa é oficializar a entrada no PL em evento na capital sul-mato-grossense, com a presença de lideranças nacionais. O ex-deputado encerrou a entrevista reafirmando que o objetivo central é contribuir para “fazer o gol” nas eleições de 2026, ocupando espaços no Congresso e fortalecendo a oposição ao governo federal.








