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Chuva forte causa alagamentos e mantém Campo Grande sob alerta de temporais

Campo Grande amanheceu nesta quinta-feira, 13, sob céu carregado e com precipitação constante depois de uma madrugada marcada por chuva volumosa. O acumulado nas últimas doze horas ultrapassou 80 milímetros em algumas regiões, provocando pontos de alagamento, transtornos no trânsito e mobilização de equipes da Defesa Civil em toda a cidade.

De acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a Vila Santa Luzia concentrou o maior volume registrado entre a noite de quarta-feira e o início da manhã, com 89,2 milímetros. No bairro Universitário, o índice alcançou 76 milímetros, enquanto no Jardim Panamá foram apurados 62,4 milímetros no mesmo intervalo.

Os números explicam a ocorrência de inundações em pontos tradicionalmente sensíveis à forte precipitação. No Itanhangá Park, a água avançou sobre vias internas e atingiu calçadas. Situação semelhante foi observada na rotatória que liga a Avenida Rachid Neder à Avenida Ernesto Geisel, onde a lâmina de água dificultou a passagem de veículos e pedestres logo ao amanhecer.

Além dos alagamentos, a chuva intensa derrubou uma árvore de grande porte na Rua Raul Pires Barbosa, no bairro Chácara Cachoeira. O tronco tombado ocupou parte da pista, reduziu a velocidade do tráfego e exigiu a intervenção de agentes de trânsito para orientar motoristas até a retirada dos galhos.

Desde as primeiras horas do dia, equipes da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil percorrem diversos bairros para verificar danos, mapear ocorrências e direcionar suporte a moradores afetados. Segundo o órgão, o trabalho de campo é alimentado por monitoramento em tempo real com base nos pluviômetros automáticos do Cemaden e nas previsões atualizadas por serviços especializados.

As projeções do Climatempo indicam mais 24 milímetros de precipitação para esta quinta-feira, mas modelos numéricos apontam que isoladamente os acumulados em 24 horas podem superar a faixa de 30 a 40 milímetros. O alerta abrange todo o perímetro urbano de Campo Grande e outras áreas de Mato Grosso do Sul.

O cenário de instabilidade resulta do transporte de calor e umidade em baixos níveis da atmosfera, associado à presença de áreas de baixa pressão e de cavados que favorecem a formação de nuvens carregadas. A influência remota de uma frente fria sobre o oceano também contribui para reforçar as condições de chuva forte e tempo fechado.

Com essa configuração, tempestades podem ocorrer em curtos períodos, sobretudo entre a tarde e a noite, acompanhadas de descargas elétricas, rajadas de vento e eventual queda de granizo. Apesar da nebulosidade persistente, não se espera redução significativa das temperaturas.

A máxima prevista para Campo Grande é de 28 °C. Em Dourados, termômetros podem chegar a 26 °C, enquanto Três Lagoas deve registrar até 31 °C, mantendo sensação de calor mesmo com o céu encoberto.

Os institutos de meteorologia preveem que a instabilidade se estenda, pelo menos, até sábado. Nesse período, há possibilidade de novos temporais em diferentes regiões do estado, incluindo o sul e o leste, áreas que costumam concentrar elevados índices de precipitação durante eventos desse tipo.

Diante do risco, o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec) recomenda evitar permanência em locais abertos durante incidência de raios, não se abrigar sob árvores ou estruturas metálicas, e redobrar a atenção em áreas sujeitas a enxurradas, córregos e cruzamentos que costumam alagar.

A orientação é acompanhar boletins de órgãos oficiais e acionar a Defesa Civil pelo telefone 199 ou o Corpo de Bombeiros pelo 193 em situação de emergência. O monitoramento permanece ativo e novas atualizações serão divulgadas conforme a evolução das condições meteorológicas.