Uma equipe de 40 servidores do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) começou nesta quarta-feira, 5 de novembro de 2025, uma inspeção no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). O trabalho, que se estende até sexta-feira (7), alcança os setores administrativos, gabinetes de 1º e 2º graus e as serventias extrajudiciais.
De acordo com o ministro do Tribunal Superior do Trabalho e conselheiro do CNJ, Guilherme Augusto Caputo Bastos, a vistoria não tem caráter punitivo. “O objetivo é localizar eventuais falhas e indicar ajustes”, afirmou na abertura da programação, esclarecendo que a ação não se trata de “caça às bruxas”.
Como funcionará a inspeção
Coordenada pelo desembargador Arnoldo Camanho, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), a equipe conta com 11 magistrados. Os técnicos vão analisar contratos, gestão de pessoas, tecnologia da informação, precatórios e prazos processuais. Processos parados há mais de 120 dias, por exemplo, serão verificados.
Além da sede, localizada no Parque dos Poderes, unidades de primeira instância também serão visitadas. Caso irregularidades administrativas sejam encontradas, o CNJ pode aplicar sanções; se surgirem indícios criminais, o material será encaminhado à Polícia Federal.
Atendimento ao público
Moradores que desejarem relatar dificuldades como demora em processos ou problemas em cartórios precisam agendar horário via WhatsApp, no número (61) 2326-5494. Os atendimentos presenciais ocorrem no Salão Pantanal, seguindo o cronograma:
- Quarta-feira (5/11): 10h às 12h e 14h às 17h
- Quinta-feira (6/11): 9h às 12h e 14h às 17h
- Sexta-feira (7/11): 9h às 12h e 14h às 17h
Contexto da Operação Última Ratio
A inspeção ocorre um ano após a Operação Última Ratio, deflagrada pela Polícia Federal em 24 de outubro de 2024. A investigação apontou venda de decisões judiciais no TJMS e levou ao afastamento de cinco desembargadores por determinação do Superior Tribunal de Justiça, medida posteriormente mantida pelo CNJ por até 180 dias.
O inquérito, sob relatoria do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, apurou movimentações financeiras atípicas, compras de alto valor e o deferimento de liminares em prazos considerados incomuns — uma delas emitida em 7 horas e 31 minutos.
Segundo Arnoldo Camanho, apesar da proximidade temporal, a inspeção realizada agora faz parte do calendário bienal do Conselho e não se confunde com investigações conduzidas pela Polícia Federal.
Com informações de Campo Grande News









