O Corinthians jogou para se defender pelo segundo jogo seguido no Campeonato Paulista. Mas o empate sem gols com o São Paulo, neste domingo, no Morumbi, pelo duelo de ida da final do estadual, é bem diferente do que a equipe de Fábio Carille (não) apresentou contra o Santos, no Pacaembu, na semifinal.
Apesar de, mais uma vez, ter ficado pouco com a bola e finalizado menos do que o adversário, o Corinthians teve método e foi pensado para fazer exatamente o que fez: correr um risco controlado e tentar resolver o jogo num contra-ataque ou bola parada.
O Corinthians teve sucesso no que se propôs a fazer e leva uma mínima vantagem para o jogo de volta, no outro domingo: o fato de poder decidir o título em sua Arena, que estará lotada. Empate levará a disputa para os pênaltis, e vitória dá o título no tempo normal.
Alguns pontos do jogo deste domingo mostram o método bem executado do Corinthians:
- Sem a bola, Clayson praticamente dobrou com Carlos Augusto a marcação em Antony – a melhor arma ofensiva do São Paulo apareceu pouco na partida;
- Titular, Ramiro ajudou no balanço do meio-campo ao compor bem a marcação e, com a bola, ter boa saída ao ataque;
- A defesa fechou bem o meio na maior parte do jogo, evitando um “bombardeio” à meta de Cássio; Hernanes foi quem conseguiu quebrar essa ideia, chutando de longe e exigindo trabalho do goleiro;
- Com a bola, o Timão teve em Clayson uma ótima válvula de escape. Inspirado, o atacante driblou, abriu espaços e criou chances – faltou ser menos “fominha” em um ou outro lance.
A linda defesa de Cássio em cabeçada de Arboleda será o lance mais lembrado do jogo, mas não houve a discrepância em desempenho e números como contra o Santos, dias antes. Ali, um Corinthians que já havia vencido o jogo de ida simplesmente abdicou de jogar futebol, foi sufocado e merecia ter sido goleado.
Agora, ainda que o São Paulo tenha pressionado, o Corinthians não deixou a sensação de que estava sendo forçado a se defender sem qualquer solução. Era estratégia. Em alguns momentos, com o rival tocando a bola no campo de defesa, o time de Fábio Carille até subiu a marcação.
Foram 16 finalizações do São Paulo, contra sete do Corinthians (que teve 42% de posse de bola). Ainda que os números sejam favoráveis à equipe do Morumbi, o Timão, desta vez, levou perigo – uma cabeçada de Gustagol e uma quase cabeçada de Henrique foram as melhores chances no segundo tempo.
Cássio ajudou a segurar o empate, claro, mas este foi um Corinthians que deixou seu torcedor esperançoso para o jogo de volta da final. Com a Arena lotada e uma estratégia certamente mais ofensiva, o Timão vai tentar propor e criar mais. Cabe a Carille achar o melhor ajuste para o meio-campo e o ataque – e com uma partida de Copa do Brasil no meio, contra a Chapecoense, quarta-feira, na Arena Condá.
Informações com o Globoesporte.com