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Energia solar – Limpa, democrática e polêmica

Democrática: Em 2018, a adesão aos geradores domésticos – placas solares instaladas nos telhados de imóveis residenciais que convertem a luz solar em energia elétrica – subiu surpreendentes 350% no Brasil. É fácil entender o porquê. O país possui um alto índice de irradiação solar e ainda não arrecada impostos sobre essa produção domiciliar de energia, chamada de geração distribuída. Isso significa que após o período de recuperação de investimento – de 3 a 7 anos – a energia derivada dos painéis solares se torna praticamente gratuita.

Fonte: Solar Strom

Sistema de geração distribuída. Fonte: Solar Strom

Benefícios vão além do telhado: Além disso seu impacto ambiental é muito reduzido em relação à outras fontes como os combustíveis fósseis e as hidrelétricas. A energia solar pode ser também um importante instrumento na redução de emissões de gases de efeito estufa.

Polêmica: A notícia não foi bem recebida pelas concessionárias de energia elétrica que criticam os subsídios de estímulo para este novo mercado. A queda na arrecadação das distribuidoras há tempos gera discussões. O principal argumento deste grupo é que a queda na receita e a elevação de custos para adequar a rede pode elevar as tarifas para os usuários que não produzem e consomem a própria energia.

Uma análise do Ilumina (Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico) traz uma perspectiva bastante diferente. A energia não fornecida pelas concessionárias deve incorrer na economia de água para os sistemas de reservatórios de hidrelétricas e usinas térmicas precisam gerar menos energia. Isso significa que “um consumidor com fotovoltaicas no atual cenário brasileiro alivia custos para outros consumidores que não têm telhado”.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) discute alternativas de como limitar a economia desse sistema. Atualmente o abatimento se dá no valor geral da conta de luz e não apenas sobre a tarifa de energia. Dessa forma a economia do consumidor que gera energia em casa pode chegar a 95%.

Potencial: Dados da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) indicam que a geração de energia solar em telhados responde a apenas 1% da geração elétrica anual do país, mas poderia chegar a 50%. Caso o aumento das tarifas, previsto para 2020 – válido para novas conexões -, ocorra a transição e avanço para fontes de energia limpas no país poderá ser desestimulado. Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), aponta que o foco da discussão não deve ser a saúde financeira das distribuidoras.