A Vale divulgou nesta terça-feira, 12/02, um relatório que aponta que a barragem estava sem leituras dos equipamentos no mês de janeiro na barragem I, que rompeu no fim do mês passado. O relatório mostra uma série e-mails dias antes do acidente falando do mau funcionamento dos sensores que aferiam a pressão da água nas barragens, além disso também mostra o apelo feito pelo engenheiro geotécnico da Vale, Hélio Márcio Lopes de Cerqueira para que a resolução fosse prioridade.
“Ainda estamos sem leitura para prosseguir com o monitoramento desta barragem alteada à montante. Priorizar isso! Se não encontrarem a falha me ligar no celular. Precisamos resolver isso rápido”, apelava por e-mail no 24.
A empresa Tecwise responde poucas horas depois, dizendo que iria analisar o software de coleta de dados dos sensores e que agendaria uma visita ao local para resolver o problema. Hélio Márcio Lopes respondeu que a visita deveria ser feita no dia seguinte, o que não aconteceu. Por volta das 13h do dia 25 a barragem rompeu matando ao menos 165 pessoas com mais de uma centena de desaparecidos.
O Gerente-executivo da Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão da mineradora, Lúcio Cavalli, afirma que os problemas com cinco piezômetros (sensores de pressão) não causaram a tragédia.
OPINIÃO ATUAL NEWS
Mesmo com tentativa dissimulada do gerente-executivo da Vale, parece que se o apelo feito pelo engenheiro da empresa tivesse sido atendimento de imediato, as pessoas teriam ao menos a chance de evacuar a cidade, poderia ter salvo a vida de todos.
Na semana passada, a Polícia Federal havia identificado uma troca de e-mail entre funcionários da Vale e da consultoria alemã Tüv Süd. As mensagens indicariam que a empresa de mineração já sabia de problemas com sensores da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), dois dias antes do rompimento.
As informações foram colhidas pela PF durante o depoimento do engenheiro Makoto Namba, coordenador de projetos da empresa Tüv Süd.
