Após semanas de crise na Bolívia por conta de possíveis irregularidades nas últimas eleições, o presidente Evo Morales renunciou à presidência da Bolívia. Ele saiu de La Paz para sua terra região, Cochabamba onde se reuniu com líderes cocaleiros, lá ele se disse vítimas de um golpe e que só renunciou para manter o país pacificado.
“Renuncio a meu cargo de presidente para que Carlos Mesa e Luis Fernando Camacho não continuem perseguindo dirigentes sociais”, disse Morales em discurso transmitido pele TV, referindo-se a líderes opositores que convocaram protestos contra ele desde o dia seguinte às eleições de 20 de outubro.
É possível que a decisão de renunciar também pode ter vindo por segurança dele e da família, a casa da irmã de Evo foi incendiada durante protestos. Ele denunciou em sua conta no Twitter que a casa da irmã Esther Morales Ayma, em Oruro, e os imóveis dos governadores de Chuquisaca, Esteban Urquizu, e de Oruro, Víctor Hugo Vásquez, foram alvo de atos violentos.
Logo após o anúncio, o povo ocupou as ruas La Paz em comemoração, soltando rojões e brandido bandeiras do país. Informações dão conta de que o general Willians Kaliman pediu ao agora ex-presidente que renunciasse.
“Após analisar a situação conflituosa interna, pedimos ao presidente de Estado que renuncie a seu mandato presidencial permitindo a pacificação e a manutenção da estabilidade, pelo bem da nossa Bolívia”, disse o general Kaliman à imprensa.
MOTIVOS
A Bolívia entrou em uma profunda crise, com protestos contra a questionada reeleição de Morales nas eleições de 20 de outubro. A OEA, Organização dos Estados Americanos foi quem identificou irregularidades, ascendendo o barril de pólvora no país.