O Brasil votou a favor da resolução da ONU contra a invasão russa a Ucrânia, que foi aprovada por ampla maioria nesta quarta-feira (2). Mas alertou para que o texto não seja visto como permissivo à “aplicação indiscriminada de sanções e ao envio de armas.”
“Essas iniciativas não conduzem à retomada adequada de um diálogo diplomático construtivo e correm o risco de aumentar ainda mais as tensões com consequências imprevisíveis para a região e além”, alertou o embaixador do Brasil na ONU Ronaldo Costa Filho.
Desde o início da ofensiva russa à Ucrânia, a diplomacia brasileira tem pedido suspensão das “hostilidades” entre os países, mas vem hesitando em expressar uma condenação ao governo Putin.
Uma mudança de posicionamento só veio na sexta-feira (25), quando o país votou por condenar a invasão russa no Conselho de Segurança da ONU. Mas as falas de Bolsonaro e de membros do governo tem revelado contradições em relação à posição do Brasil, o que vem preocupando aliados do próprio presidente.
Uma semana antes da eclosão do conflito, Bolsonaro fez uma viagem oficial a Rússia, em um encontro com Vladimir Putin. Na ocasião, ele declarou ser solidário à Rússia, o que gerou um desgaste para a diplomacia brasileira, em especial com os Estados Unidos.
Logo após o início da guerra, Bolsonaro desautorizou as falas do vice Hamilton Mourão, que se pronunciou antes mesmo do presidente, ao afirmar que o Brasil não era neutro no conflito. Em uma coletiva no domingo (27), o presidente chegou a dizer que o Brasil adotaria uma postura de neutralidade, e que seria um exagero chamar de massacre o cerco do exército russo na capital ucraniana Kiev.
No dia seguinte à declaração, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, disse à Globonews que a posição brasileira era de “equilíbrio, não neutralidade.”
Na segunda-feira (28), Bolsonaro disse que o Brasil concederá vistos humanitários para receber refugiados ucranianos que deixarem o país por conta da invasão russa.
Por G1.com