A possível substituição do professor Elvisclei Terena Polidorio do comando da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em Mato Grosso do Sul provocou reação imediata de lideranças locais. Um manifesto divulgado nesta quarta-feira (23) pede a permanência do coordenador regional e a realização de consulta prévia às comunidades atingidas.
A mobilização teve início após a circulação de um ofício do Ministério dos Povos Indígenas, datado de 22 de outubro de 2025, no qual o secretário-executivo Eloy Terena encaminha à presidência da Funai a indicação do servidor Dioni Alcântara Batista para assumir o cargo. O documento foi enviado à presidenta da autarquia, Joenia Wapichana, para as providências cabíveis.
Reivindicação por consulta prévia
No texto, lideranças de diversas etnias criticam a falta de diálogo e afirmam que a coordenação regional deve refletir a autonomia e a representatividade dos povos originários, como previsto na Constituição Federal e em convenções internacionais. Para os signatários, a saída de Polidorio significaria “um retrocesso na participação democrática” e fragilizaria políticas públicas voltadas ao Pantanal e a outras regiões do estado.
“Estaremos vigilantes aos passos de políticos que compactuam com a fragilização da participação coletiva dos povos originários, em favor de interesses pessoais”, diz trecho do manifesto.
Estado abriga 116 mil indígenas
Os líderes lembram que Mato Grosso do Sul reúne mais de 116 mil indígenas de diferentes etnias e pedem que o Ministério dos Povos Indígenas e a Funai mantenham um canal permanente de diálogo com as comunidades.
No cargo há dois anos, Elvisclei Terena Polidorio é apontado pelas lideranças como símbolo da abertura de um espaço de poder historicamente negado aos indígenas.
Agenda com parlamentar
Ainda na tarde desta quarta-feira, representantes indígenas têm reunião marcada com o deputado federal Vander Loubet (PT-MS) para solicitar apoio e intermediar as negociações em Brasília.
Com informações de RCN67









