Mais de 70 agentes das Polícias Civil e Militar deflagraram na manhã desta quinta-feira (13) a Operação Sentinela, que resultou na prisão em flagrante de cinco pessoas e na apreensão de armas de fogo, drogas, munições e dinheiro nos municípios de Três Lagoas (MS) e Araçatuba (SP). A ofensiva mobilizou 20 viaturas e contou com apoio aéreo de um helicóptero da Coordenadoria-Geral de Policiamento Aéreo (CGPA).
A ação teve como objetivo cumprir 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça após investigações conduzidas por diferentes unidades da Polícia Civil de Três Lagoas, com suporte da Polícia Militar. As diligências ocorreram simultaneamente nos dois Estados e tiveram participação de equipes do Grupo Armado de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros (Garras), da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (DISE) de Araçatuba e do Comando de Policiamento de Área (CPA II) de Três Lagoas.
Associação criminosa visada
De acordo com a Polícia Civil, as investigações se concentraram em integrantes de uma associação criminosa suspeita de tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e participação em tentativas de homicídio registradas em agosto deste ano, quando disparos foram efetuados em diferentes bairros de Três Lagoas. Os inquéritos também identificaram alvos relacionados a crimes de estupro e violência doméstica, além de outros procedimentos em andamento nas delegacias da cidade.
Material apreendido
Durante o cumprimento dos mandados, foram encontrados:
- armas de fogo de diversos calibres;
- munições;
- porções de maconha, cocaína e crack;
- quantia em dinheiro considerada relevante pelos investigadores;
- celulares destinados à troca de mensagens e coordenação das atividades criminosas.
Todo o material foi recolhido e passará por perícia. Os aparelhos telefônicos serão analisados pelo Núcleo Regional de Inteligência (NRI) com o objetivo de identificar outros possíveis membros do grupo.
Autuações em flagrante
Os cinco detidos foram autuados pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, posse irregular de arma de fogo e munições, além de contrabando. Após a lavratura dos autos, eles foram encaminhados ao sistema prisional, onde permanecerão à disposição da Justiça.
Integração entre forças de segurança
A Operação Sentinela foi coordenada pelo delegado Ricardo Henrique Cavagna, que responde pela Seção de Investigações Gerais (SIG) e pelo NRI de Três Lagoas. Segundo a autoridade policial, a cooperação entre corporações de Mato Grosso do Sul e São Paulo foi fundamental para a execução simultânea dos mandados e para a contenção do crime organizado na região da Costa Leste. O delegado ressaltou que a mobilização conjunta demonstra a presença do Estado e o compromisso em impedir a expansão das atividades ilícitas.
Os resultados obtidos serão encaminhados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. As investigações permanecem em curso para localizar outros envolvidos, apurar a origem das armas e levantar a extensão da rede de distribuição de drogas.
O helicóptero da CGPA sobrevoou os pontos alvos, fornecendo imagens em tempo real às equipes em terra, o que permitiu ajustes táticos durante o deslocamento das viaturas. A presença da aeronave também serviu como elemento de dissuasão, dificultando tentativas de fuga ou ocultação de provas.
Em Três Lagoas, os mandados se concentraram em bairros apontados pelos investigadores como centros logísticos do grupo, enquanto em Araçatuba a operação se focou em endereços vinculados ao fornecimento de entorpecentes e à manutenção de armas. Na maioria dos locais, os policiais encontraram compartimentos improvisados para esconder munições e drogas, além de anotações que podem indicar a contabilidade do esquema.
Ao todo, mais de dez delegados supervisionaram os trabalhos de campo. A Polícia Civil informou que as provas coletadas serão cruzadas com registros de ocorrências recentes na região, buscando ligação entre os investigados e outros delitos patrimoniais ou violentos.
Os nomes dos presos não foram divulgados. As armas apreendidas serão encaminhadas ao Instituto de Criminalística para perícia balística, com a finalidade de verificar se foram utilizadas em crimes anteriores, incluindo as tentativas de homicídio investigadas.
As corporações envolvidas reforçaram que novas fases da Operação Sentinela poderão ser deflagradas conforme o avanço da análise dos dados e das provas colhidas nesta etapa.








