A Prefeitura de Campo Grande instituiu recesso administrativo entre 22 de dezembro de 2025 e 2 de janeiro de 2026 para todos os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional. A determinação, editada pela Secretaria Municipal de Administração e Inovação (Semadi), foi publicada em 5 de novembro no Diário Oficial do Município (Diogrande) e integra o plano de contenção de despesas estabelecido pelo Decreto n.º 16.427, de 31 de outubro de 2025.
O período de suspensão das atividades será fracionado em duas etapas: de 22 a 26 de dezembro e de 29 de dezembro a 2 de janeiro. Durante esses intervalos, as repartições permanecerão fechadas ao público, com exceção dos serviços considerados essenciais. Segundo o texto oficial, a medida busca reduzir gastos com energia elétrica, água e materiais de expediente, além de refletir a diminuição no fluxo de servidores nos dias que cercam as festividades de Natal e Ano-Novo.
Além do recesso, o mesmo decreto estabeleceu regime de jornada reduzida nas repartições municipais. Desde 3 de novembro, o expediente ocorre das 7h30 às 13h30 nos dias úteis, regra que permanecerá válida até 28 de fevereiro de 2026. Nesse intervalo, o atendimento ao público ficará restrito ao período matutino, enquanto chefes e diretores poderão estender o trabalho interno até as 17h sem direito a qualquer remuneração adicional, incluindo horas extras, plantões, gratificações ou vantagens equivalentes.
Para reforçar o contingenciamento, foi definido corte de 20% nos vencimentos da prefeita Adriane Lopes (PP), da vice-prefeita Camila Nascimento (Avante), dos secretários municipais e de demais integrantes do alto escalão. O ajuste salarial, previsto originalmente em decreto publicado em março deste ano, chega agora à terceira prorrogação consecutiva, mantendo-se como uma das principais ações de contenção orçamentária da gestão.
Serviços essenciais não sofrerão interrupção. Escolas da Rede Municipal de Ensino (Reme) e Unidades Municipais de Saúde funcionarão em seus horários habituais. Outros órgãos cujas atividades exijam operação diferenciada poderão definir expedientes próprios, mediante ato específico das respectivas secretarias, fundações ou autarquias.
De acordo com a Semadi, a decisão de concentrar o recesso em um período prolongado foi tomada após levantamento que demonstrou queda significativa da demanda por atendimentos presenciais na segunda quinzena de dezembro e na primeira semana de janeiro. A pasta também citou dados de anos anteriores que indicam economia expressiva no consumo de energia elétrica e água quando o funcionamento é suspenso de forma contínua.
O Decreto n.º 16.427, publicado em 31 de outubro, prevê uma série de ações para redução de gastos correntes, entre elas a limitação de novos contratos, revisão de despesas com telefonia e suspensão de viagens que não sejam consideradas imprescindíveis. O recesso e a jornada encurtada integram esse pacote e, segundo a Prefeitura, representam instrumentos importantes para equilibrar as contas públicas diante da perspectiva de queda nas receitas municipais no último bimestre de 2025.
Durante o período de recesso, protocolos de serviços emergenciais — como manutenção de vias, coleta de resíduos e atendimento de ocorrências de Defesa Civil — serão mantidos por equipes de plantão. A escala desses servidores será organizada pelas respectivas secretarias, que deverão garantir resposta em sistema de sobreaviso sem gerar pagamento extra.
O Executivo municipal comunicou ainda que prazos administrativos que venceriam entre 22 de dezembro e 2 de janeiro ficam automaticamente prorrogados para o primeiro dia útil subsequente ao término do recesso. A orientação vale para processos internos, requerimentos de cidadãos e apresentação de documentos em licitações.
O atendimento telefônico ao cidadão por meio da Central 156 seguirá disponível para registros de urgências. Chamadas relacionadas a serviços de saúde serão direcionadas às unidades em funcionamento, enquanto demandas sobre iluminação pública, trânsito ou limpeza urbana serão encaminhadas às equipes de plantão.
A Prefeitura informou que monitorará os resultados das medidas de contenção ao longo do próximo trimestre. Caso a meta de economia seja alcançada, o modelo de recesso unificado poderá ser adotado nos anos seguintes. O relatório consolidado de despesas e a avaliação dos impactos sobre a rotina dos serviços municipais serão apresentados após 28 de fevereiro, data que encerra o período de jornada reduzida.
Com o anúncio, Campo Grande se junta a outras capitais que adotam pausas prolongadas nas festividades para otimizar recursos. A administração destaca que a iniciativa não interfere no calendário escolar, cujas aulas regulares se encerram antes de 22 de dezembro, nem nos programas de vacinação, que continuarão disponíveis em unidades de referência.









