Os hospitais de Campo Grande não receberam o repasse municipal da saúde. De acordo, com o vereador Dr. Lívio, presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, os atrasos já chegam há oito meses. Na última semana foi feita novamente a cobrança sobre os repasses para os hospitais da cidade com o secretário da Saúde de Campo Grande, José Mauro, com o adjunto Rogério e com o prefeito Marcos Trad. Hoje (19), o assunto foi reforçado e chegou um retorno inesperado. “Eu isento parcialmente o secretário de saúde, José Mauro, porque não está nas mãos dele determinar o pagamento que pode ser feito por meio de ordem do prefeito e do secretário de finanças Pedro Pedrossian. Então, quero dizer que estamos vivendo momentos bastante preocupantes porque temos hospitais não recebendo há oito meses. Liguei para todos e confirmei: São Julião, Santa Casa, Nosso Lar, Hospital do Câncer, Apae e Maternidade Candido Mariano”, denunciou
Para Lívio a situação é preocupante porque não há expectativa de pagamento. “Estamos a beira de um calote. Estamos voltando a era do calote porque está existindo uma proposta por parte da Prefeitura que os hospitais façam um empréstimo junto aos bancos para que no futuro, quando a Prefeitura receber o IPTU, eles possam quitar as dívidas que são contratuais”. A indignação é a falta de prioridade e o descaso para as solicitações de providências do vereador.
“Qual é a prioridade da gestão? Olha só a incongruência para dizer o mínimo. Nosso gabinete foi até o ex-ministro Marun no ano passado para solicitar recurso para o Hospital Nosso Lar e para o Hospital São Julião. Para minha surpresa, após ir ao Hospital São Julião, no dia do aniversário da entidade, o prefeito anuncia este repasse. Fala para uma senhora de 90 anos, a irmã Silva. Que tem um respeito e uma ascendência moral acima de qualquer gestor. Diz que este recurso agora, este recurso já foi usado. Caiu no fundo municipal de saúde e já foi usado. Eu liguei para o prefeito e disse que isso não é papel de gestor. Este dinheiro não era para os hospitais!”
Lívio explica que este era um dinheiro que a prefeitura não tinha e dividindo a conquista com os vereadores, ele conseguiu. “Caiu no caixa da prefeitura e não foi destinado a nossa saúde. Isso não é um papel de um gestor e de uma gestão que se diz sobre o comando de Deus. Eu não posso aceitar isso. Já enviamos o ofício para a Prefeitura Municipal enviar a planilha de pagamento destes hospitais até a data de hoje com cópia para a secretaria de finanças. Já deixo um requerimento para convocar… Convocar, não. É muito pesado. O pessoal não gosta disso. Deixo um convite para o secretário de finanças vir até esta Casa de Leis prestar esclarecimento sobre o que está acontecendo com as finanças do município porque quando a gestão faz um promessa como esta, já está comprometendo o financeiro do ano que vem. E vamos lembrar que ano que vem é ano eleitoral e eu tenho certeza que nada vai acontecer. As coisas estão sendo remontadas, maquiadas para que isso não aconteça. E isto este parlamentar não vai pecar por omissão, não vai prevaricar sendo presidente da comissão de saúde”, finalizou.
Ação
“O trâmite do recurso foi feito no fio do bigode e eu sinto muito que muitas pessoas não tenham nem bigode”, afirmou Lívio que votou não ao aumento solicitado pelo Executivo Municipal.
Lívio ainda lembrou que em 27 de março foi protocolado um ofício ao prefeito Marcos Trad e em 15 de agosto foi reiteramos o ofício que solicita todos os pagamentos de JETOM (termo que define o pagamento que funcionários públicos ou secretários recebem quando participam de encontros de comissões, comitês e conselhos previamente marcados e atestados mediante folha de presença), planos de trabalho, outras gratificações e uma relação de todos os envolvidos. “Isso está sendo pago a titulo de remuneração extra sem o efetivo trabalho”, frisou o vereador.
Como não houve um retorno Lívio transformou os dois ofícios – protocolados em março e reiterados em agosto – em requerimentos. Para explicação do prefeito foi marcada uma reunião só par ao dia 27 de novembro.