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Queda de energia desde o fim da manhã preocupa comerciantes no bairro Rita Vieira, em Campo Grande

Comerciantes do bairro Rita Vieira, em Campo Grande, enfrentam interrupção no fornecimento de energia elétrica desde as 11h desta quarta-feira, 5 de novembro de 2025. A falta de luz atinge estabelecimentos instalados ao longo da Avenida Rita Vieira de Andrade e já provoca temor de perdas financeiras significativas, especialmente em negócios que dependem de refrigeração para conservar alimentos e bebidas. Equipes da concessionária Energisa trabalham no local desde o início do problema, e parte do bairro voltou a receber eletricidade, mas vários pontos permanecem no escuro.

Um mercado situado na avenida calcula prejuízo potencial de até R$ 80 mil caso todo o estoque de carnes congele, descongele e precise ser descartado. Segundo o funcionário Windersson Antunes, além das peças de carne, o estabelecimento mantém sorvetes, bebidas e gelo armazenados em freezers que, sem energia, já apresentavam sinais de descongelamento no meio da tarde. Antunes relatou que a empresa distribuidora havia previsto normalização do serviço por volta das 16h, mas, às 17h, as geladeiras continuavam desligadas.

A poucos metros dali, a sorveteria administrada há 12 anos por Beatriz Cerveira de Moraes também permanece sem energia. A proprietária estima perda aproximada de R$ 10 mil caso o fornecimento não seja restabelecido até as 19h. Beatriz explicou que, na véspera, higienizou os freezers, eliminando o gelo que ajudaria a manter a temperatura interna. Sem a camada de proteção, os produtos derretem mais rápido, reduzindo o tempo hábil para evitar danos. “Se não voltar em duas horas, perco tudo”, resumiu a empresária, enquanto monitorava termômetros improvisados no interior dos equipamentos.

Outro ponto afetado é uma padaria localizada na mesma via. Além do blecaute, o estabelecimento teve parte do toldo arrancada pelos ventos fortes que antecederam a tempestade. De acordo com a gerente operacional, Valéria Martins, nenhum cliente se feriu porque foi possível abrigar todos dentro da loja antes de a estrutura ceder. A cobertura danificada foi isolada, mas a produção de pães e outros itens, dependente de máquinas elétricas, precisou ser interrompida até que a energia seja restabelecida.

A Energisa informou que a falha decorre de uma tempestade severa que atingiu Campo Grande durante a manhã. A empresa registrou queda de árvores inteiras sobre a rede de distribuição, além da projeção de galhos, telhas, placas e outros objetos que romperam cabos e derrubaram postes. Esses fatores, segundo a concessionária, aumentam a complexidade dos reparos e exigem trabalho contínuo das equipes em campo. Técnicos atuam na remoção de árvores, substituição de postes e recomposição dos circuitos para devolver a eletricidade aos consumidores remanescentes.

Embora algumas ruas do Rita Vieira já estejam com o serviço normalizado, Energisa não divulgou novo prazo para a conclusão total dos reparos. A prioridade, afirma a empresa, é restabelecer primeiro as cargas consideradas essenciais e depois avançar para as ligações residenciais e comerciais que ainda aguardam. Até o fim da tarde, o fluxo de veículos de manutenção no bairro era constante, e caminhões munidos de cestos aéreos trabalhavam em diferentes pontos da avenida principal.

A expectativa de comerciantes e moradores é que a energia seja retomada antes do início da noite, horário em que se acentua o risco de perda de produtos perecíveis. Para o mercado, a sorveteria e a padaria da região, a preservação do estoque depende diretamente de equipamentos de refrigeração. Enquanto aguardam a solução, proprietários e funcionários monitoram a temperatura de freezers, improvisam barreiras térmicas e calculam o tempo restante até que as mercadorias atinjam níveis impróprios para consumo.

O episódio evidencia a vulnerabilidade de pequenos negócios a oscilações no sistema elétrico, sobretudo em dias de intempéries. No Rita Vieira, a extensão da interrupção já ultrapassa seis horas e meia e, segundo os comerciantes, cada minuto adicional aumenta a probabilidade de descarte de alimentos. A restauração completa depende da conclusão dos reparos na rede danificada, serviço que segue em andamento sob responsabilidade da concessionária.

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